12.2.05

Às vezes tenho me sentido menos revolucionário. Às vezes, não. Mas na maior parte do tempo me sinto menos ousado e destemido profeticamente. Sei que orar é ação mais revolucionária que podemos tomar para conspirar pelo Reino de Deus. Em favor da ação do Senhor em nosso mundo. Na luta pela justiça. Na denúncia do mal, da indiferença e do pecado. Sei disso. Mas não tenho escrito sobre isso. Não tenho me indignado. Não tenho exposto indignação. Não tenho desafiado as pessoas à minha volta a mudarem de atitude e assumirem compromissos pela Revolução de tudo.
Esses dias, no retiro, Ulisses (um presbítero) colocou as coisas de uma maneira que eu não pude concordar, mas não discordei em público. Ele pôs um irmão em uma situação de antes de depois de Cristo, relacionada a suas convicções políticas. Como se um crente não pudesse participar de manifestações de protesto. Eu me lembrei, na hora, da manifestação contra a reunião do BIRD em Fortaleza, em 2001. Eu estava lá. Sentia-me no centro da vontade de Deus. Deus é contra os regimes de exploração. A igreja precisa levantar a voz contra isso, contra o imperialismo americano, contra o neoliberalismo, contra os regimes que aumentam a pobreza, a riqueza, os abismos. Eu estava ali para isso. E na verdade imaginava como seria se o comandante daquela operação do choque fosse presbítero da minha igreja. Estávamos em posições opostas, nós e a polícia. Se fosse hoje em dia, eu repeteria a minha presença naquela manifestação. Eu gritaria, com todas as forças, em nome do Senhor, contra o Neoliberalismo. Naquele dia em Fortaleza, eu e Neto, hoje pastor, não apanhamos da PM porque saímos do local meia hora antes de estourar o confronto. Acho, que se eu soubesse, ficaria aquela meia hora a mais lá. Por amor à Justiça e à Verdade.
Por amor à Justiça e à Verdade, quero destacar minha amiga americana-brasileira, Juli. Ela tem assumido o discurso da revolução com clareza, com propriedade, com indignação e com unção. Doa a quem doer. Fique na paz.

O preço do discipulado (parte 2)

E qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim não pode ser meu discípulo.

Lc. 14. 27

No fim do evangelho de João, Jesus tem um diálogo interessante após a restauração de Pedro. Jesus diz a Pedro que haverá um momento na sua vida, mais precisamente sua morte, em que ele será levado contra a vontade: “quando, porém, fores velho, estenderás as mãos, e outro te cingirá e te levará para onde não queres” (Jo. 21. 18). João, que escreve após a morte de Pedro, pode nos explicar o sentido das palavras de Jesus: “Disse isto para significar com que gênero de morte Pedro havia de glorificar a Deus” (Jo. 21. 19). Jesus diz a Pedro, em outras palavras, que ele deve abrir mão do “direito” de escolher seu próprio caminho na vida.

Leia mais aqui.

11.2.05

O preço do discipulado (parte 1)

Grandes multidões o acompanhavam....

Lc. 14. 25

Durante todo o ministério de Jesus, multidões o acompanhavam, diz o texto bíblico, ainda que poucos fossem seus discípulos verdadeiramente. Hoje em dia, isso ainda é real. Atualmente, grandes multidões ainda acompanham Jesus. Mas, muitas vezes, a qualidade da fé e, muito mais, do compromisso dessas pessoas é bastante superficial. Como nos dias de Jesus.

Vemos hoje multidões em nossas igrejas que não aprenderam o valor do discipulado de Jesus, multidões que são incapazes de assumir esse discipulado completamente. Muita gente está acompanhando Jesus, mas sem mudança de vida, sem compromisso e sem discipulado. Estão na igreja, têm comportamento religioso, oram, conhecem a Bíblia, estão ativos na obra, mas não têm Jesus como sua maior prioridade.

Leia mais aqui.

10.2.05

Senti falta de Luiz Gonzaga nos quatro dias de Carnaval. E acabei por descobrir, lendo texto que meu pai escreveu por ocasião da morte do Velho Lua, que ele privou de momentos de relativa intimidade com o Rei do Baião. E lamentei ter perdido esta oportunidade que meu pai teve com o maior representante da cultura nordestina no século XX.

Tudo correu muito bem no retiro. Todas as programações agradaram aos participantes, os cultos foram fantásticos, Deus nos falou muito por meio do preletor, Igor Kawanishi (acho que é assim o nome dele).
A única ressalva foi um conflito surgido em meio à minha ministração, na segunda pela manhã. Falava sobre meditação e um grupo de irmãos se insurgiram contra um exercício de concentração que eu estava propondo. Quase se transforma na Terceira Guerra Mundial. Quase eu choro (está bom, eu chorei).
A minha mágoa, devidamente confessada e perdoada pelos irmãos, não se originou do fato de os irmãos terem se oposto à minha proposta, porque isso eu já esperava, mas sim de eles terem desrespeitado a minha posição de professor, provocando toda a polêmica e impedindo a realização da dinâmica. Isso não é uma coisa que eu costumo fazer. Se eu tenho argumentos para desfazer o que o pregador ou professor está dizendo, na igreja, eu prefiro não os expor para preservar a sua autoridade. Nesse caso específico, nem argumentos apropriados os três irmãos tinham. Só me restou dizer que eles iam perder a bênção movidos pelo preconceito de seus corações.
Mas a melhor parte dessa história foi que pudemos conversar mais tarde. Os irmãos pediram perdão pelo que fizeram, eu pedi perdão pela mágoa. E acho que em breve terei a chance de fazer o exercício com outro grupo da Igreja.
Por fim, outra coisa que aprendi por lá, nesses dias, é que só voltarei a fazer papel de "cupido" quando estiver muito bem arranjado.

A sombra do amor

De longe se me deixou ver o Senhor, dizendo: Com amor eterno eu te amei; por isso, com benignidade te atraí.

Jr. 31. 3

Toni Garrido e Da Gama disseram em uma música de sucesso alguns anos atrás que a sombra do amor era “a sombra da maldade”. Mas isso me leva a uma inquietação: por que a sombra do amor seria a sombra da maldade? Não dá para concordar. A sombra do amor não é a sombra da maldade. E um amor verdadeiramente grande e tão maior e inescapável pode de verdade ser encontrado. Está na Cruz. É o amor de Deus.

Leia mais aqui.