Às vezes tenho me sentido menos revolucionário. Às vezes, não. Mas na maior parte do tempo me sinto menos ousado e destemido profeticamente. Sei que orar é ação mais revolucionária que podemos tomar para conspirar pelo Reino de Deus. Em favor da ação do Senhor em nosso mundo. Na luta pela justiça. Na denúncia do mal, da indiferença e do pecado. Sei disso. Mas não tenho escrito sobre isso. Não tenho me indignado. Não tenho exposto indignação. Não tenho desafiado as pessoas à minha volta a mudarem de atitude e assumirem compromissos pela Revolução de tudo.
Esses dias, no retiro, Ulisses (um presbítero) colocou as coisas de uma maneira que eu não pude concordar, mas não discordei em público. Ele pôs um irmão em uma situação de antes de depois de Cristo, relacionada a suas convicções políticas. Como se um crente não pudesse participar de manifestações de protesto. Eu me lembrei, na hora, da manifestação contra a reunião do BIRD em Fortaleza, em 2001. Eu estava lá. Sentia-me no centro da vontade de Deus. Deus é contra os regimes de exploração. A igreja precisa levantar a voz contra isso, contra o imperialismo americano, contra o neoliberalismo, contra os regimes que aumentam a pobreza, a riqueza, os abismos. Eu estava ali para isso. E na verdade imaginava como seria se o comandante daquela operação do choque fosse presbítero da minha igreja. Estávamos em posições opostas, nós e a polícia. Se fosse hoje em dia, eu repeteria a minha presença naquela manifestação. Eu gritaria, com todas as forças, em nome do Senhor, contra o Neoliberalismo. Naquele dia em Fortaleza, eu e Neto, hoje pastor, não apanhamos da PM porque saímos do local meia hora antes de estourar o confronto. Acho, que se eu soubesse, ficaria aquela meia hora a mais lá. Por amor à Justiça e à Verdade.
Por amor à Justiça e à Verdade, quero destacar minha amiga americana-brasileira, Juli. Ela tem assumido o discurso da revolução com clareza, com propriedade, com indignação e com unção. Doa a quem doer. Fique na paz.
12.2.05
Espaço para minhas reflexões e loucuras, existenciais, acadêmicas, teologicas e emocionais
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