Minha primeira opinião
2.1.04
Melhor notícia dos primeiros dias de 2004:
PF fotografa e recolhe digitais de americanos em Cumbica
da Folha Online
A Polícia Federal iniciou nesta quinta-feira (1º) o sistema de identificação de turistas americanos que desembarcam no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Cumbica, Guarulhos.
Os turistas são fotografados e têm as impressões digitais recolhidas, conforme determina ordem judicial.
A decisão do juiz Julier Sebastião da Silva, de Mato Grosso, foi baseada no princípio da reciprocidade do direito internacional, após ação movida pelo procurador da República José Pedro Taques.
O Departamento de Segurança Interna dos EUA decidiu que turistas de determinados países serão obrigados a deixar foto e digitais ao ingressar em território americano. A lista inclui o Brasil, ao lado de outros países da América Latina, da Ásia, da África e do Oriente Médio.
A ação do Ministério Público que provocou a Justiça visa forçar o governo a promover gestões para excluir os brasileiros da lista. Um eventual recurso contra a ordem terá de ser formulado pela Advocacia Geral da União, órgão da presidência da República.
Primeiros identificados
Cerca de 230 cidadãos norte-americanos que desembarcaram nesta quinta-feira no aeroporto internacional de Guarulhos tiveram que se submeter a um procedimento inesperado e, para alguns, humilhante: foram fotografados e tiveram que sujar os dedos para deixar numa ficha suas impressões digitais.
O procedimento continua nesta sexta-feira. O número total de turistas já identificados, porém, ainda não foi divulgado pela PF.
Alguns passageiros reagem contrariados. Os policiais, então, explicam que brasileiros também serão submetidos a essas regras em território norte-americano, a partir da próxima segunda-feira.
Os turistas americanos que chegaram ao Aeroporto Internacional do Rio nesta quinta não foram fichados. Segundo a assessoria de imprensa da Superintendência da PF no Rio, não houve notificação oficial para a mudança no procedimento na chegada de estrangeiros ao país.
Medida de "fichar" passageiro americano repercute no exterior
da Folha de S.Paulo
A decisão de fotografar e tirar impressões digitais de turistas norte-americanos no momento de entrada no Brasil já repercute na imprensa internacional.
A agência de notícias Reuters colocou ontem em destaque a figura do juiz Julier Sebastião da Silva, que teria ficado "furioso com o plano norte-americano de fotografar e tirar as impressões digitais de milhões de visitantes". Segundo a agência, o juiz teria comparado a medida norte-americana aos "horrores nazistas".
A versão online do jornal britânico "Financial Times" trouxe a decisão do juiz como uma das principais manchetes de ontem.
Na reportagem, o jornal afirma que a retaliação do Brasil à medida norte-americana "põe em evidência a relação cada vez mais tensa" entre os dois países desde que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumiu a Presidência. "O presidente Lula tem irritado Washington com visitas controversas a países como Cuba, Líbia e Síria", analisa o "Financial Times".
A agência de notícias Associated Press (AP), dos EUA, deu destaque ao fato de a Polícia Federal ter sido "pega de surpresa" pela medida.
Segundo a AP, no aeroporto Antônio Carlos Jobim, no Rio de Janeiro, um agente disse que o sistema não estava preparado para tirar as impressões digitais de todos os cidadãos americanos que entrassem na cidade.
De acordo com a agência, no aeroporto de Cumbica, os americanos ficaram a princípio irritados com os procedimentos, mas se acalmaram ao saber que, nos EUA, os brasileiros recebem o mesmo tratamento.
A AP afirmou também que, embora as decisões de juízes federais no Brasil tenham força nacional, elas "geralmente são anuladas".
A CNN e a BBC (redes de TV americana e britânica) e o site do jornal "Washington Post", dos EUA, também abordaram o assunto durante todo o dia.
PF fotografa e recolhe digitais de americanos em Cumbica
da Folha Online
A Polícia Federal iniciou nesta quinta-feira (1º) o sistema de identificação de turistas americanos que desembarcam no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Cumbica, Guarulhos.
Os turistas são fotografados e têm as impressões digitais recolhidas, conforme determina ordem judicial.
A decisão do juiz Julier Sebastião da Silva, de Mato Grosso, foi baseada no princípio da reciprocidade do direito internacional, após ação movida pelo procurador da República José Pedro Taques.
O Departamento de Segurança Interna dos EUA decidiu que turistas de determinados países serão obrigados a deixar foto e digitais ao ingressar em território americano. A lista inclui o Brasil, ao lado de outros países da América Latina, da Ásia, da África e do Oriente Médio.
A ação do Ministério Público que provocou a Justiça visa forçar o governo a promover gestões para excluir os brasileiros da lista. Um eventual recurso contra a ordem terá de ser formulado pela Advocacia Geral da União, órgão da presidência da República.
Primeiros identificados
Cerca de 230 cidadãos norte-americanos que desembarcaram nesta quinta-feira no aeroporto internacional de Guarulhos tiveram que se submeter a um procedimento inesperado e, para alguns, humilhante: foram fotografados e tiveram que sujar os dedos para deixar numa ficha suas impressões digitais.
O procedimento continua nesta sexta-feira. O número total de turistas já identificados, porém, ainda não foi divulgado pela PF.
Alguns passageiros reagem contrariados. Os policiais, então, explicam que brasileiros também serão submetidos a essas regras em território norte-americano, a partir da próxima segunda-feira.
Os turistas americanos que chegaram ao Aeroporto Internacional do Rio nesta quinta não foram fichados. Segundo a assessoria de imprensa da Superintendência da PF no Rio, não houve notificação oficial para a mudança no procedimento na chegada de estrangeiros ao país.
Medida de "fichar" passageiro americano repercute no exterior
da Folha de S.Paulo
A decisão de fotografar e tirar impressões digitais de turistas norte-americanos no momento de entrada no Brasil já repercute na imprensa internacional.
A agência de notícias Reuters colocou ontem em destaque a figura do juiz Julier Sebastião da Silva, que teria ficado "furioso com o plano norte-americano de fotografar e tirar as impressões digitais de milhões de visitantes". Segundo a agência, o juiz teria comparado a medida norte-americana aos "horrores nazistas".
A versão online do jornal britânico "Financial Times" trouxe a decisão do juiz como uma das principais manchetes de ontem.
Na reportagem, o jornal afirma que a retaliação do Brasil à medida norte-americana "põe em evidência a relação cada vez mais tensa" entre os dois países desde que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumiu a Presidência. "O presidente Lula tem irritado Washington com visitas controversas a países como Cuba, Líbia e Síria", analisa o "Financial Times".
A agência de notícias Associated Press (AP), dos EUA, deu destaque ao fato de a Polícia Federal ter sido "pega de surpresa" pela medida.
Segundo a AP, no aeroporto Antônio Carlos Jobim, no Rio de Janeiro, um agente disse que o sistema não estava preparado para tirar as impressões digitais de todos os cidadãos americanos que entrassem na cidade.
De acordo com a agência, no aeroporto de Cumbica, os americanos ficaram a princípio irritados com os procedimentos, mas se acalmaram ao saber que, nos EUA, os brasileiros recebem o mesmo tratamento.
A AP afirmou também que, embora as decisões de juízes federais no Brasil tenham força nacional, elas "geralmente são anuladas".
A CNN e a BBC (redes de TV americana e britânica) e o site do jornal "Washington Post", dos EUA, também abordaram o assunto durante todo o dia.
Tem uma passagem interessante em O retorno do Rei, que eu não vou contar aqui mas vou dizer como foi profunda para mim. Apesar de parecer meio espírita, é muito significativa em seus simbolismos.
Quando não somos perdoados por nossos erros e traições, a mágoa e o remorso nos escravizam e nos tornam mortos em vida.
O perdão sobre as nossas faltas contra os outros é uma experiência libertadora certamente. Precisamos dele. Precisamos ser perdoados. Já senti na pele a dor e o remorso de não ter sido perdoado. E já senti o alívio e libertação do perdão recebido.
Quer dizer, a passagem tem um significado bem rico.
Quando não somos perdoados por nossos erros e traições, a mágoa e o remorso nos escravizam e nos tornam mortos em vida.
O perdão sobre as nossas faltas contra os outros é uma experiência libertadora certamente. Precisamos dele. Precisamos ser perdoados. Já senti na pele a dor e o remorso de não ter sido perdoado. E já senti o alívio e libertação do perdão recebido.
Quer dizer, a passagem tem um significado bem rico.
Estamos aqui em um novo ano. O que acabou foi o período em que mais coisas aconteceram me empurrando ao auto-conhecimento e à capacidade de ser feliz apesar de tudo. Foram importantes para mim toda a dor e todas as derrotas. Foi importante perceber o valor das relações verdadeiras e concretas. Foi importante descobrir o amor de verdade e minha necessidade dele. Vieram vitórias. Vieram alegrias em meio a tantas tristezas. A luz brilhou no meio das trevas. E o amor renasceu.
Os amigos foram importantes. As dores também o foram. E tudo me conduzindo a momentos em que pude abençoar pessoas. Com palavras, com a presença e com a vida.
O ano que passou me fez uma pessoa melhor. Talvez com os mesmos defeitos que precisam de conserto. Mas ainda mais consciente de mim mesmo e do papel que exerço neste mundo.
Os amigos foram importantes. As dores também o foram. E tudo me conduzindo a momentos em que pude abençoar pessoas. Com palavras, com a presença e com a vida.
O ano que passou me fez uma pessoa melhor. Talvez com os mesmos defeitos que precisam de conserto. Mas ainda mais consciente de mim mesmo e do papel que exerço neste mundo.
Discuti com uma amiga esses dias porque ele teima em reproduzir a doença histórica das igrejas evangélicas: o julgamento de valor sobre situações e pessoas desconhecidas. E sem conceder direito à defesa. Ela, que não conheceu o pessoal do Grupo Rede, os executou com penas pesadíssimas e sem direito à defesa. Disse-lhe que fosse menos intolerante e não julgasse pessoas sem conhecê-las.
No culto de Ano Novo, a versão dois da constatação de que tem gente que engole o camelo e se engasga com o mosquito. Várias das mulheres mais crentes da igreja vestiam branco. O branco do candomblé, quero dizer.
No culto de Ano Novo, cena inusitada. Meu beijo em Neto, vulgo o Negão. Do púlpito, o pastor ria.
No culto de Ano Novo, cena inusitada. Meu beijo em Neto, vulgo o Negão. Do púlpito, o pastor ria.
Em Natal aconteceu no reveillon o Festival Gospel da Virada. Presença de várias bandas, o forró de Os cabras de Cristo. Tudo muito bom, até que antes de ter início o show de Carlinhos Félix, o evento se tornou comício em prol das candidaturas de dois políticos evangélicos da cidade. Diante dos descarados pedidos por votos me senti abusado e desrespeitado. Como público do evento, como cristão evangélico, como eleitor. Acredito ser uma atitude anti-ética se valer de um momento de festa da comunidade para se fazer discursos político-eleitoriais. O meu voto esses dois jamais terão. Nem o daqueles que os vaiaram.
Finalmente assisti O Retorno do Rei. Boa história. Bom filme. Bom desenlace deste marketing de três temporadas.
30.12.03
Percebo, com tristeza, que posso até ser um excelente namorado, mas um traste como ex. Preciso ainda consertar alguns traços de minha personalidade meio doentia.
Domingo, discussão recorrente com minha avó. Motivada pela tristeza da perceção de que minha avó se deixa carregar por enormes mágoas do passado e não consegue mais manifestar amor de verdade por aqueles que a amam.
Ela não consegue, então, ver que se isso nos irrita tanto é porque a amamos. Se isso me chateia é porque gostaria de vê-la com uma vida plena de amor e felicidade.
Domingo, discussão recorrente com minha avó. Motivada pela tristeza da perceção de que minha avó se deixa carregar por enormes mágoas do passado e não consegue mais manifestar amor de verdade por aqueles que a amam.
Ela não consegue, então, ver que se isso nos irrita tanto é porque a amamos. Se isso me chateia é porque gostaria de vê-la com uma vida plena de amor e felicidade.
A tarde desta segunda foi uma enorme experiência frustrante. Fomos assistir, uma turma de quinze, O retorno do Rei. Esgotado. Todas as sessões possíveis. E aí era impossível assistir qualquer outro filme porque tínhamos ali uma meninada. Boa parte do pessoal tinha menos de quatorze anos. Ficamos irritantemente rodando naquele shopping.
Para completar, fomos à casa de uma amiga. Lá, conversas fúteis, julgamentos acerca de situações e pessoas que lhes eram desconhecidas. Aumento da sensação de frustração.
Voltei para casa com Matheus. Aí foi a hora do pai dele me pôr em uma sinuca de bico expondo seus sentimentos e pensamentos sobre a Igreja. Enfim, quando cheguei em casa à meia noite tinha a sensação que esse havia sido um dia que não era necessário.
Para completar, fomos à casa de uma amiga. Lá, conversas fúteis, julgamentos acerca de situações e pessoas que lhes eram desconhecidas. Aumento da sensação de frustração.
Voltei para casa com Matheus. Aí foi a hora do pai dele me pôr em uma sinuca de bico expondo seus sentimentos e pensamentos sobre a Igreja. Enfim, quando cheguei em casa à meia noite tinha a sensação que esse havia sido um dia que não era necessário.
Os cegos do castelo
(Nando Reis)
Eu não quero mais mentir
Usar espinhos que só causam dor
Eu não enxergo mais o inferno que me atraiu
Dos cegos do castelo me despeço e vou
A pé até encontrar
Um caminho, o lugar
Pro que eu sou
Eu não quero mais dormir
De olhos abertos me esquenta o sol
Eu não espero que um revólver venha explodir
Na minha testa se anunciou
A pé a fé devagar
Foge o destino do azar
Que restou
E se você puder me olhar
E se você quiser me achar
E se você trouxer o seu lar
Eu vou cuidar, eu cuidarei dele
Eu vou cuidar
Do seu jardim
Eu vou cuidar, eu cuidarei muito bem dele
Eu vou cuidar
Eu cuidarei do seu jantar
Do céu e do mar, e de você e de mim
(Nando Reis)
Eu não quero mais mentir
Usar espinhos que só causam dor
Eu não enxergo mais o inferno que me atraiu
Dos cegos do castelo me despeço e vou
A pé até encontrar
Um caminho, o lugar
Pro que eu sou
Eu não quero mais dormir
De olhos abertos me esquenta o sol
Eu não espero que um revólver venha explodir
Na minha testa se anunciou
A pé a fé devagar
Foge o destino do azar
Que restou
E se você puder me olhar
E se você quiser me achar
E se você trouxer o seu lar
Eu vou cuidar, eu cuidarei dele
Eu vou cuidar
Do seu jardim
Eu vou cuidar, eu cuidarei muito bem dele
Eu vou cuidar
Eu cuidarei do seu jantar
Do céu e do mar, e de você e de mim
Ontem à noite, Emanoel foi se embora morar no interior. Bom desenhista, ajudou-nos bastante no Jornal União. Deixou para mim uma caricatura:
29.12.03
Que em 2004 o Lula volte a ser o cara em que eu apostei por tantos anos: esse é o meu maior desejo para o novo ano. E acho que a maior necessidade de nosso país.
O engraçado é que as mensagens pregadas pelo meu pastor estão cada vez mais próximas dos posts mais críticos deste blog. E eu o tenho admirado muito mais pela sua capacidade, visão e pela possibilidade cada vez mais concreta de nos ajudar a sermos uma igreja mais comprometida com as transformações que o Evangelho de Jesus podem trazer ao mundo.
Só uma palavra sobre o casamento: chorei muito com saudades de Alexandre. E chorei ainda constatando que a infância não volta mais...
Comprei um livro de Pierre Lévy, A conexão planetária, e a impressão que estou tendo na leitura é que o francês deve ter ficado cego pelas próprias idéias. No seu texto, o mundo perfeito do ciberespaço engloba toda a humanidade. Não há exclusão, não há miséria. Na verdade, parece que a ideologia por trás de suas teses diz respeito à definição do que é ser humano. Se alguém não estiver inserido ao sistema midiático global definido pelo ciberespaço é desconsiderado, certamente, como uma não-pessoa. Logo, dessa forma, é óbvio que toda a humanidade estará conectada à Rede já que é essa conexão que trará a definição de humanidade. E quem estiver excluído desse processo não será contado entre os humanos. Serão alguma sub-raça.
Preocupam-me idéias como essas que passam por ciência. O cara é respeitado como dos maiores pensadores da cibercultura no mundo atual mas me parece que assume discursos ideologizados, como o do fim da história, pregando uma vrtual unidade de uma humanidade. Parece mais uma nova Roma cibernética em que os sufocados e explorados pelos regimes liberais de todo o globo concreto serão descartados como matéria prima de um novo mundo.
Mas isso não pode pôr a perder toda a relevante reflexão que nos últimos anos, inclusive com pontos iluminados neste livro mesmo, Lévy tem gerado e trazido para o mundo contemporâneo.
Decepcionante e preocupante...
Preocupam-me idéias como essas que passam por ciência. O cara é respeitado como dos maiores pensadores da cibercultura no mundo atual mas me parece que assume discursos ideologizados, como o do fim da história, pregando uma vrtual unidade de uma humanidade. Parece mais uma nova Roma cibernética em que os sufocados e explorados pelos regimes liberais de todo o globo concreto serão descartados como matéria prima de um novo mundo.
Mas isso não pode pôr a perder toda a relevante reflexão que nos últimos anos, inclusive com pontos iluminados neste livro mesmo, Lévy tem gerado e trazido para o mundo contemporâneo.
Decepcionante e preocupante...