Assisti Diários de Motocicleta hoje à tarde pela primeira vez. Pretendo assistir de novo. Walter Salles foi bem contando a história de Che Guevara em sua viagem pela América Latina em 1952. O filme é bonito. Che é um personagem empolgante. E se eu me digo revolucionário, de certa forma, eu o sigo. E o filme deixa claro como nasceu o maior e mais importante revolucionário da América Latina. Dessa forma, soou de uma nova maneira este texto que postei em 24 de janeiro, contando as últimas palavras de Guevara:
Em 8 de outubro de 1967 o exército boliviano capturou Ernesto Che Guevara. No dia seguinte, ele foi executado de maneira a parecer ter sido morto em combate. A notícia de sua morte foi um baque em todos os latino-americanos que acreditavam em um mundo mais justo e que esse mundo viria através da Revolução. No Brasil, Caetano, Capinam e Gil, ao saberem da notícia, compuseram Soy loco por ti, América.
O tenente-coronel boliviano Andrés Selich interrogou o prisioneiro antes de ser executado:
Comandante, acho que está um pouco deprimido, disse Selich. Pode me explicar os motivos dessa minha impressão?
Eu fracassei, respondeu Che. Está tudo acabado, e esse é o motivo de você me ver nesse estado.
Você é cubano ou argentino?, perguntou Selich.
Sou cubano, argentino, boliviano, peruano, equatoriano, etc. Você entendeu.
O que o fez decidir atuar em nosso país?
Não vê o estado em que vivem os camponeses?, perguntou Che. São quase selvagens, vivendo num estado de pobreza que corta o coração, tendo um único quarto para dormir e cozinhar e nenhuma roupa para vestir, abandonados como animais...
Mas a mesma coisa acontece em Cuba, replicou Selich.
Não, isso não é verdade, reagiu Che. Não nego que haja pobreza em Cuba, mas [pelo menos] os camponeses de lá têm uma ilusão de progresso, enquanto o boliviano vive sem esperança. Assim como nasce, ele morre, sem jamais ver melhorias em sua condição humana.
Minha primeira opinião
26.6.04
25.6.04
Eu tenho uma seqüência de fotos de quando eu não passava de uns poucos meses de vida. De início, eu estava agitado. Aos poucos, ouvindo música, eu fui me acalmando. Até que baixei a cabeça, apoiei-a sobre a mão e, nitidamente, fiquei concentrado, ouvindo, pensando naquilo que ouvia.
Era Chico Buarque. Aquela minha reação só acontecia quando ouvia Chico Buarque. Minha mãe já me punha para escutá-lo ainda no seu ventre. Desde antes de nascer, eu já era fã de Chico.
Sábado, ele fez sessenta anos. Eu faço a mesma ressalva a todas as homenagens e reportagens exibidas pela tevê naquela ocasião: ninguém, em nenhum instante, falou sobre seu pai, Sérgio Buarque de Holanda, um dos maiores intelectuais do Brasil no século passado. Não acredito que tal menção desmereceria Chico. Mas, ao contrário, serviria para que as novas gerações pudessem ter a dimensão do significado desta família no país.
Enfim, Chico Buarque conta, em sua música, a história do Brasil com uma visão bastante crítica e profunda. De todas as suas músicas que eu adoro, destaco a seguinte, retrato e hino do movimento pelas Diretas Já, há vinte anos:
Pelas tabelas
Ando com minha cabeça já pelas tabelas
Claro que ninguém se toca com minha aflição
Quando vi todo mundo na rua de blusa amarela
Eu achei que era ela puxando um cordão
Dão oito horas e danço de blusa amarela
Minha cabeça talvez faça as pazes assim
Quando ouvi a cidade de noite batendo as panelas
Eu pensei que era ela voltando pra mim
Minha cabeça de noite batendo panelas
Provavelmente não deixa a a cidade dormir
Quando vi um bocado de gente descendo as favelas
Eu achei que era o povo que vinha pedir
A cabeça de um homem que olhava as favelas
Minha cabeça rolando no Maracanã
Quando eu vi a galera aplaudindo de pé as tabelas
Eu jurei que era ela que vinha chegando
Com minha cabeça já pelas tabelas
Claro que ninguém se toca com minha aflição
Quando vi todo mundo na rua de blusa amarela
Eu achei que era ela puxando um cordão
Dão oito horas e danço de blusa amarela
Minha cabeça talvez faça as pazes assim
Quando ouvi a cidade de noite batendo as panelas
Eu pensei que era ela voltando pra mim
Minha cabeça de noite batendo panelas
Provavelmente não deixa a a cidade dormir
Quando vi um bocado de gente descendo as favelas
Eu achei que era o povo que vinha pedir
A cabeça de um homem que olhava as favelas
Minha cabeça rolando no Maracanã
Quando eu vi a galera aplaudindo de pé as tabelas
Eu jurei que era ela que vinha chegando
Com minha cabeça já numa baixela
Claro que ninguém se toca com minha aflição
Quando vi tudo mundo na rua de blusa amarela
Eu achei que era ela puxando um cordão...
Era Chico Buarque. Aquela minha reação só acontecia quando ouvia Chico Buarque. Minha mãe já me punha para escutá-lo ainda no seu ventre. Desde antes de nascer, eu já era fã de Chico.
Sábado, ele fez sessenta anos. Eu faço a mesma ressalva a todas as homenagens e reportagens exibidas pela tevê naquela ocasião: ninguém, em nenhum instante, falou sobre seu pai, Sérgio Buarque de Holanda, um dos maiores intelectuais do Brasil no século passado. Não acredito que tal menção desmereceria Chico. Mas, ao contrário, serviria para que as novas gerações pudessem ter a dimensão do significado desta família no país.
Enfim, Chico Buarque conta, em sua música, a história do Brasil com uma visão bastante crítica e profunda. De todas as suas músicas que eu adoro, destaco a seguinte, retrato e hino do movimento pelas Diretas Já, há vinte anos:
Pelas tabelas
Ando com minha cabeça já pelas tabelas
Claro que ninguém se toca com minha aflição
Quando vi todo mundo na rua de blusa amarela
Eu achei que era ela puxando um cordão
Dão oito horas e danço de blusa amarela
Minha cabeça talvez faça as pazes assim
Quando ouvi a cidade de noite batendo as panelas
Eu pensei que era ela voltando pra mim
Minha cabeça de noite batendo panelas
Provavelmente não deixa a a cidade dormir
Quando vi um bocado de gente descendo as favelas
Eu achei que era o povo que vinha pedir
A cabeça de um homem que olhava as favelas
Minha cabeça rolando no Maracanã
Quando eu vi a galera aplaudindo de pé as tabelas
Eu jurei que era ela que vinha chegando
Com minha cabeça já pelas tabelas
Claro que ninguém se toca com minha aflição
Quando vi todo mundo na rua de blusa amarela
Eu achei que era ela puxando um cordão
Dão oito horas e danço de blusa amarela
Minha cabeça talvez faça as pazes assim
Quando ouvi a cidade de noite batendo as panelas
Eu pensei que era ela voltando pra mim
Minha cabeça de noite batendo panelas
Provavelmente não deixa a a cidade dormir
Quando vi um bocado de gente descendo as favelas
Eu achei que era o povo que vinha pedir
A cabeça de um homem que olhava as favelas
Minha cabeça rolando no Maracanã
Quando eu vi a galera aplaudindo de pé as tabelas
Eu jurei que era ela que vinha chegando
Com minha cabeça já numa baixela
Claro que ninguém se toca com minha aflição
Quando vi tudo mundo na rua de blusa amarela
Eu achei que era ela puxando um cordão...