30.4.04

Ah... minhas aulas começaram ontem. Só para registrar. E amanhã vamos viajar a Recife. Só para registrar.

Por um lado estou pronto para viver um amor. O coração está livre, a alma está pronta e carente. A vida como se estivesse incompleta. Quero de Deus alguém para cuidar e que também cuide de mim.
De outro lado, nem tanto. Como seria um romance agora? Como seria mestrado, ministério na igreja, vida em família e um namoro? Como conciliaria? Que tempo teria? E com quase 25 anos, já disse, não posso enrolar muito tempo quem quer que seja.
Dilema.
Amor.
Vida.
Quem viria me socorrer?

Amanheci com sentimento nostálgico e carente. Algo como o pôde traduzir Dominguinhos:

EU SÓ QUERO UM XODÓ
Dominguinhos / Anastácia

Que falta eu sinto de um bem
Que falta me faz um xodó
Mas como eu não tenho ninguém
Eu levo a vida assim tão só
Eu só quero um amor
Que acabe o meu sofrer
Um xodó pra mim
Do meu jeito assim
Que alegre o meu viver

28.4.04

Frase de Theilhard de Chardin, lida em um livro de Henri Nowen (O sofrimento que cura) na Conexão, onde atende Susana:

Para quem pode ver, nada é profano.

Ontem estive em Fortaleza. Revi amigos. Revi um pouco da cidade em que morei por dois anos. Visita rápida, cujo objetivo era encontrar-me com Susana para lidar com meus sintomas de síndrome do pânico.
Começamos a perceber o que está em jogo. E ela me informou que pelo menos por enquanto meus sintomas só podem ser tratadas com medicamentos. E tudo faz parte de conflito entre vocação e identidade. Passos serão dados para a vocação prevalecer.

Passei a tarde no consultório. Entre um e outro paciente, conversávamos. E eu escrevi essa poesia, que mostra um pouco das coisas que comecei a ver em mim mesmo:

caminho por aí
nem tão sem destino
nem tão sem estrada

caminho por aí
errante, sem parada

caminho por aí
e mesmo que as coisas
explodam à minha volta
realmente não me ligo
a nada

caminho por aí
concretizo tudo o que toco
mas preferia não tocar;
relaciono tudo o que vivo
mas preferia não relacionar

não era aqui
onde queria estar

confuso ainda
caminho por aí
procurando um lugar
em que ficar.

26.4.04

Dançar esta música sexta-feira em Paripueira provocou em mim uma explosão. Deus, de alguma maneira inefável, resgatou todo a minha nordestinidade, enquanto eu forrozava primeiro com minha prima Márcia, depois com minha nova amiga Gidália (que dança muito e deve estar namorando Christian):

Espumas ao Vento
Acioly Neto

Sei que ai dentro ainda mora
Um pedacinho de mim
Um grande amor não acaba assim
Feito espumas ao vento
Não é coisa de momento
Raiva passageira
mania que dá e passa
Feito brincadeira
O amor deixa marcas que não dá apagar

Sei que errei, tô aqui
Pra te pedir perdão
Cabeça doida, coração na mão
Desejo pegando fogo
Sem saber direito a hora e o que fazer
Eu não encontro a palavra
Só pra te dizer
Ai, se eu fosse você
Eu voltava pra mim de novo

E de uma coisa fique certa,amor
A porta vai estar sempre aberta, amor
O meu olhar vai dar uma festa,amor
Na hora que você chegar

24 horas terminou a pouco na Globo. E conseguiu se recuperar. Na semana passada, a emissora dos Marinho havia fundido dois episódios em um. Eu enviei um e-mail para eles. E, para minha surpresa, este e-mail foi respondido, informando que hoje a série voltaria ao normal. Não devo ter sido o único a reclamar.
E ela voltou mesmo ao normal. E voltou a empolgar. Não vou descrever aqui de novo porque gosto de 24 horas, pois já fiz isso anteriormente.
Aproveito para comentar sobre o episódio de Desaparecidos que o SBT exibiu ontem. Um soco no estomago muito bem dado na xenofobia paranóica dos órgãos de segurança norte-americanos depois do 11 de Setembro. O episódio terminar com a morte de um médico saudita, inocente, pelas mãos do FBI (que precisava cumprir protocolos) falou mais que muitos discursos.

25.4.04

Acabei de chegar da Igreja de Felipe Camarão, onde Júnior é pastor. Acabei de fazer uma coisa que não fazia desde julho do ano passado e que, realmente, é o centro vital de minha vida cristã, da minha vida mesmo: pregar.
Gostei de voltar a viver a experiência de depender de Deus para ver a Palavra tocar, desafiar e transformar vidas.

O discurso de quem não vê é apenas um discurso. O discurso de quem vê é profecia
Waldo César, na Jornada Teológica de Paripueira.