Minha primeira opinião
12.3.05
Parece que está havendo uma revolução na minha vida, mas não daquele tipo que eu sonho para tornar o mundo melhor. Parece uma revolução que não tem cara, não parece ter alvo, não parece se dirigir a qualquer lugar. É uma revolução que paralisa.
Quero voltar a sonhar com a revolução e com o sentimento revolucionário. Todas as vezes que penso nisso penso naquela multidão de crentes que se acham donos da verdade mas são incapazes de quaisquer argumentos consistentes. Nem argumentos bíblicos, porque conhecem muito pouco da Bíblia.
Dia desses, por exemplo, um irmão da igreja deu a entender que para ele a maior prova de conversão de um outro irmão foi que esse não fazia mais greve, piquete, nem gritava palavras de ordem no meio da rua. Eu só me lembrei do dia em que, em Fortaleza, eu e Neto fomos a uma manifestação contra a reunião dos governadores do Bird. Cara a cara com a PM, escapamos por minutos de entrarmos no confronto. Sentia-me ali no centro da vontade de Deus. Tinha certeza que era ali que a Igreja deveria estar. Tinha certeza que era ali que eu devia estar. Tinha certeza que era ali que Cristo estaria.
Em seguida, vi o céu aberto, e apareceu um cavalo branco. O seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro. Ele julga e combate com justiça.
Apocalipse 19. 11.
Eu tenho uma visão do Apocalipse diferente da maioria dos cristãos. Enquanto muitos tentam decifrar os mistérios simbólicos do fim dos tempos em sua leitura do livro, eu sempre tento entender o que o texto significa para os seus leitores nos dias em que foi escrito e, daí, tento extrair algum sentido, alguma mensagem para minha vida. Não acho que eu preciso saber nada sobre tempos e dias que o Senhor reservou para Si em Sua autoridade. E acho que a minha perspectiva deve estar correta porque foi isso que Jesus disse aos discípulos (At. 1. 7). Acredito que, dessa maneira, faz sentido o alerta de Jesus para estar sempre vigilante: eu não preciso tentar interpretar sinais e símbolos. Logo, não leio o Apocalipse buscando por isso. Busco por mais.
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11.3.05
Do fundo do poço
Salmo 40. 1 – 3
É terrível se ver envolvido por uma lama densa, na escuridão profunda. Tentamos dar passos para sair dali, mas nem sabemos para que lado fica a saída nem conseguimos a firmeza necessária para caminharmos. Escorregamos. Caímos. Tropeçamos. Tudo parece perdido no fundo desse poço. Profundo poço que tira de nós qualquer perspectiva de que possamos escapar pelo mesmo buraco por onde caímos. Resta-nos um calmo desespero, do silêncio, da escuridão, dos passos incertos, da situação sem saída. Do choro mudo.
9.3.05
A injustiça da Graça
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8.3.05
Somente da Cruz
Gálatas 6. 14.
Mas Paulo tem uma resposta incisiva e inquietante para essa pregação: Mas eu me orgulharei somente da Cruz do nosso Senhor Jesus Cristo. Pois, por meio da Cruz, o mundo está morto para mim, e eu estou morto para o mundo.
7.3.05
Paulo Freire lança uma luz sobre uma de minhas preocupações mais preementes com a nossa vida atual: a superficialidade e rotinização da vida. No fim do livro, vejam o que ele diz:
O que sugiro é aprender o sentido de nossa alienação diária, para superá-la, a alienação de nossa rotina, da repetição burocrática das coisas, de fazer a mesma coisa todo dia às dez horas, por exemplo, porque tem que ser feito, sem nunca questionarmos por quê. Devemos tomar a vida em nossas próprias mãos e começar a exercer controle. Devemos procurar enfrentar o tempo e escapar a seu domínio.
Ele também destaca uma opinião sobre o PT, que deveria ser relembrada por alguns do partido do governo:
Nesse pedaço da história política do Brasil, fui testemunha de como um partido político começa a surgir e a constituir-se dentro de um movimento social. O novo partido político da classe trabalhadora brasileira pode desaparecer amanhã, mas por enquanto luta para encarnar esse espírito redesperto, tão importante para tratar das questões relativas ao final do século. Esse partido surgiu de movimentos sociais, e deles continua próximo até hoje, sem tentar dominá-los. Na verdade, foi por isso que me tornei membro desse partido.
Na dimensão correta
Romanos 8. 2.
6.3.05
A Cruz
Mateus 10. 34.
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