1.9.04

Quer se divertir um pouco? Visite este site, repleto de idéias absurdamente pueris, sustentadas em argumentos leves como plumas ao vento.

Esta semana tive uma experiência fantástica. Vocês devem estar cientes de que há alguns meses comecei a desenvolver os sintomas da síndrome do pânico. Semana passada estive bem mal. Provavelmente porque a inatividade está me amofinando em meu quarto. Ou seja, enquanto minhas aulas não recomeçarem devo resistir bravamente.
Mas vamos à experiência. No meio da crise me apavorei, quase ao ponto do desespero, com a idéia de que tudo o que creio, especialmente a respeito do sacrifício de Jesus, pode ser falso. As minhas noites foram longas, encurtadas pela pílula rosa do Lexotan.
No sábado, fui ao Neves, como é costume, jogar xadrez. Só estávamos lá eu, Jurandir (o professor) e mais um garoto, Tales. Jurandir tem uma sede incrível de conhecimento acerca de Deus e da Bíblia. E nós costumamos ter conversas longas e proveitosas a respeito do assunto. Nessa tarde, Tales ouvia tudo quietinho. Até que se manifestou. Agnóstico. E começou a me empurrar contra a parede. Querendo me convencer que Deus é estória da Carochinha e, principalmente, que ciência e fé são antagônicos ao ponto de que se uma for verdade a outra é falsidade. E não adiantava nem eu tentar dizer que estou caminhando na direção de ser um cientista (social) e mesmo assim, cria.
Conversamos longamente. Quase duas horas. Foram horas em que eu refletia, e o convidava a refletir, acerca do Projeto Inteligente que a natureza revelava. Da beleza, da estética, da ética, do amor. Da perfeição. Eu olhava o céu e as estrelas, a infinitude aparente do universo sobre minha cabeça. A grandeza do Dono do pedaço que a Obra revelava. Era impossível fugir disso: há um Deus Magnífico que criou tudo e nos amou de maneira também magnífica.
Então, eu me toquei. E antes de ir embora, agradeci enormemente àquele jovem ateu. Ele me fez perceber o quanto eu creio e em Quem eu creio; miserável pecador, indigno de um amor tão fantástico, em dúvidas várias vezes, errando com consciência: mas ciente da Sua Grandeza.

Cristo vai voltar, acredite ou não
E vem pra julgar, pra dar uma decisão...

Acredite ou não...
(Sérgio Pimenta)

Pessoalmente, considero João Alexandre o melhor (se não o único) compositor evangélico desse país. Quero trabalhar a música abaixo na reunião dos jovens de minha igreja na sexta. Como não achei a letra dela na Internet, em lugar algum, a escrevi e posto agora:

Em nome da justiça...

(João Alexandre)

Enquanto a violência acabar com o povão da baixada
E quem sabe tudo disser que não sabe de nada...
Enquanto os salários morrerem de velhos nas filas
E os homens banirem as leis ao invés de cumpri-las...

Enquanto a doença tomar o lugar da saúde
E quem prometeu ser do povo mudar de atitude...
Enquanto os bilhetes correrem debaixo da mesa
E a honra dos nobres ceder seu lugar à esperteza...

Não tem jeito não, não tem jeito não...

Só com muito amor a gente muda essa país,
Só o amor de Deus pra nossa gente ser feliz...
Nós, os filhos Seus, temos que unir as nossas mãos
Em nome da justiça, por obras de justiça...
Quem conhece a Deus não pode ouvir e se calar,
Tem que ser profeta e Sua bandeira levantar...
Transformar o mundo é uma questão de compromisso,
E muito mais e tudo isso...

Enquanto o domingo ainda for nosso dia sagrado
E em nome de Deus se deixar os feridos de lado...
Enquanto o pecado ainda for simplesmente um pecado,
Vivido, sentido, embutido, espremido e pensado...

Enquanto se canta e se dança de olhos fechados,
Tem gente morrendo de fome por todos os lados...
O Deus que se canta nem sempre é o Deus que se vive, não,
Pois Deus se revela, se envolve, resolve e revive

E não tem jeito não, não tem jeito não...