18.6.04

Aos 25 anos eu tenho me descoberto cada vez mais apaixonado pela minha terra e pelo meu forró. E tenho me descoberto fã de Luiz Gonzaga. Por isso, uma das canções mais bonitas do velho Lua:

A vida do viajante
(Luiz Gonzaga & Hervê Cordovil)

Minha vida é andar por esse país
Pra ver se um dia descanso feliz
Guardando as recordações
Das terras onde passei
Andando pelos sertões
E dos amigos que lá deixei

Chuva e sol, poeira e carvão
Longe de casa sigo o roteiro
Mais uma estação
E a saudade no coração

Minha vida é andar por este país ...

Mar e terra, inverno e verão
Mostro o sorriso, mostro a alegria
Mas eu mesmo não
E a saudade no coração

17.6.04

Este blog tem, de forma ainda empírica, ajudado a comprovar algumas das hipóteses que tenho levantado em minha pesquisa. Como é o caso do que chamamos de comunidade blogueira.
Digo isto porque nestes dias fui contatado por diversas pessoas interessadas em que eu lhes enviasse uma cópia da minha resenha (que nem era uma resenha crítica, mas sim jornalística) do livro de Carlos Dorneles, Deus é inocente, a imprensa não. Estas pessoas tiveram contato e foram despertadas no interesse através da descoberta deste blog no Google.
Por outro lado, no post sobre Circuladô há um contato de um velho amigo, Pablo, morador hoje da capital do país. A Internet, realmente, é capaz de encurtar tempo e espaço.
E por falar em resenha crítica e resenha jornalística, deixem-me ir que eu tenho uma aula agora sobre gêneros de textos (ou de discurso, depende do seu referencial teórico).

14.6.04

Vocês sabem que eu sou fã de 24 Horas. Cada semana eu me flagro esperando pelo domingo para assistir à série na Globo. O primeiro ano me empolgou, mas teve algumas soluções óbvias demais.
Minha gente, o episódio desta noite teve lances absolutamente inesperados. Surpreendentes como eu jamais poderia imaginar. Quem imaginaria que a financiadora dos terroristas era aquela meiga menina loirinha? Quem imaginaria que a traidora de Palmer era novamente sua ex-esposa (sendo sincero, eu imaginei)? Ainda faltam mais de dez horas-espisódios... O que ainda virá?

13.6.04

Por falar nisso, estou convencido que Circuladô foi o último grande trabalho de Caetano Veloso, no início dos anos 90. Depois dali ele só fez discos e músicas para a indústria vender. Talvez a idade tenha pesado na verve produtiva do baiano doce bárbaro tropicalista.

Os cristãos, com toda razão, são críticos dos movimentos Nova Era pelos pressupostos filosóficos que os envolvem, especialmente a idéia da superação do cristianismo: a Era de Aquário sucederia a Era de Peixe, quer dizer, a Era de Cristo, ou do cristianismo, que tem no peixe um símbolo antigo.
Muitos pastores, eu já ouvi, costumam dizer que não se deve temer a Nova Era, porque Peixe se dá bem no Aquário. Pois é. Aí hoje eu resolvi ouvir as músicas de minha adolescência na Rádio UOL. E fui escutar o disco New Age, psicodélico, hippie dos baianos Gil, Caetano, Gal e Bethânia, Doces bárbaros. O disco foi gravado ao vivo em turnê que os quatro fizeram no início dos anos setenta. A turnê foi paralisada algumas vezes por apreensões de drogas, por exemplo. O carro-chefe dos Doces Bárbaros é a canção-manifesto Os mais doces bárbaros. E veja o que ela diz:

Peixe espada, peixe luz
Doce Bárbaro Jesus
sabe bem quem é otário
Peixe no Aquário, nada


Pois bem. Quando os adversários da Nova Era atacam-na com a idéia de que Peixe se dá bem no Aquário estão, na verdade, reproduzindo uma fala gerada de dentro do movimento. Acriticamente pensam ser originais e nem sabem a origem do que falam nem a quem parafraseam. Comportamento típico entre nós, cristãos. Comportamento acrítico. Afinal, sabe bem quem é otário, peixe no aquário nada. Citar isso é igual a história em que o sujeito é xingado e ainda agradece pensado ser elogio.