5.1.05

Após o golpe de Sílvio Santos, parece que a Globo resolveu cancelar a exibição de Bufo & Spallanzani e antecipou Bicho de Sete Cabeças para hoje. Diga-se de passagem, um dos melhores filmes nacionais que eu já assisti. E assisti absolutamente sozinho em um cinema do Dragão do Mar, em Fortaleza, em 2001.

4.1.05

A Record começou a exibir C.S.I, a série mais assistida atualmente nos EUA. Agora mesmo está sendo exibida. Ao mesmo tempo que está sendo exibida na Sony. Mais que isso: as duas emissoras estão exibindo o mesmo episódio. Eu consegui ver a mesma cena ao mesmo tempo na Record e na Sony. Estou estupefato.
Como também estou estupefato pelo golpe que Sílvio Santos deu hoje no Festival Nacional da Globo. Bufo & Spallanzani, programado para amanhã na Globo, está sendo exibido agora pelo SBT.


Amós

Gibão, chapéu de couro,
laço, cavalo e boiada;
essa é a lida do vaqueiro
seja verão ou na invernada.

'Té o dia em que o Senhor
sem proposta, escolha ou chamada
troveja do alto céu:
"Venha cá, meu camarada!

Você não tem estudo,
não tem dinheiro,
não sabe nada;
mas agora seja astuto,
vá ao povo, não tema nada.

Diga a eles do Meu castigo,
diga a eles do seu pecado.
E se disserem a você:
'Volta, profeta, com seu recado',
responda: 'Não sou profeta,
só sei na vida cuidar de gado,
mas se Palavra que disse aqui é correta,
farei o que o Senhor diz de bom grado!'"

2.1.05

Há poucas mulheres no mundo lindas como Nicole Kidman. Poucas. E poucos filmes me fizeram sentir tanto romantismo quanto Moulin Rouge. Poucos. E um romantismo sem fóco próprio. Romantismo sem nenhum romance. Ainda ando buscando um romance. Como o de Christian e Satine. Com o amor daquelas músicas.

Estou a caminho de afirmar uma nova forma de etnocentrismo. Estou me tornando etnocêntrico. Estou a ponto de dizer que Deus só aceita a cultura nordestina. Que o xote, o xaxado, o forró, o baião são a mais pura manifestação da alma e da vida humana e, por isso, as mais aceitáveis produções culturais que o homem jamais pôde produzir.
Estou encantado por ser nordestino e ter nascido nessa cultura tão doce, rica, ritmada. Estou encantado pelo pulsar da oração da zabumba e do triângulo, pelo respirar do louvor do fole da sanfona, pelo lamentar sertanejo das letras de Luiz Gonzaga, pelo som abafado das preces dos chiados dos chinelos que são conduzidos por forrozeiros em cada sala de reboco desse país. Tenho amado meu povo e minha cultura. A riqueza da melodia e o equilíbrio da pulsação. O corpo, a mente, a vida me pede pelo autêntico som do trio pé-de-serra.
Gosto de hip-hop. Gosto de rock. Gosto de rap. Mas nada para mim é tão meu quanto o som do Gonzagão. O som do velho Lua. O som do xote, xaxado, baião e forró. Estou a caminho de me tornar etnocêntrico e afirmar a cultura nordestina como o centro do mundo.