2.1.05

Estou a caminho de afirmar uma nova forma de etnocentrismo. Estou me tornando etnocêntrico. Estou a ponto de dizer que Deus só aceita a cultura nordestina. Que o xote, o xaxado, o forró, o baião são a mais pura manifestação da alma e da vida humana e, por isso, as mais aceitáveis produções culturais que o homem jamais pôde produzir.
Estou encantado por ser nordestino e ter nascido nessa cultura tão doce, rica, ritmada. Estou encantado pelo pulsar da oração da zabumba e do triângulo, pelo respirar do louvor do fole da sanfona, pelo lamentar sertanejo das letras de Luiz Gonzaga, pelo som abafado das preces dos chiados dos chinelos que são conduzidos por forrozeiros em cada sala de reboco desse país. Tenho amado meu povo e minha cultura. A riqueza da melodia e o equilíbrio da pulsação. O corpo, a mente, a vida me pede pelo autêntico som do trio pé-de-serra.
Gosto de hip-hop. Gosto de rock. Gosto de rap. Mas nada para mim é tão meu quanto o som do Gonzagão. O som do velho Lua. O som do xote, xaxado, baião e forró. Estou a caminho de me tornar etnocêntrico e afirmar a cultura nordestina como o centro do mundo.

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