Minha primeira opinião
16.8.03
Eu n?o mereço uma declaraç?o desta. Sem palavras...
Quando Pierre Lévy fala sobre educaç?o na era da Cibercultura, diz:
O professor tornar-se um animador da inteligência coletiva dos grupos que est?o a seu encargo. Sua atividade ser? centrada no acompanhamento e na gest?o das aprendizagens: o incitamento à troca dos saberes, a mediaç?o relacional e simb?lica, a pilotagem personalizada dos percursos de aprendizagem etc..
O professor tornar-se um animador da inteligência coletiva dos grupos que est?o a seu encargo. Sua atividade ser? centrada no acompanhamento e na gest?o das aprendizagens: o incitamento à troca dos saberes, a mediaç?o relacional e simb?lica, a pilotagem personalizada dos percursos de aprendizagem etc..
15.8.03
Engraçado: quando Gregor pensa que pode levantar a voz contra a opressão do patrão, acorda em uma certa manhã transformado em uma barata. Incompreensível e incompreendido. Como muitos de nós podem se sentir ao se depararem com o mundo cão à nossa volta.
Comecei a ler uma das histórias mais angustiantes que já vi. A metamorforse, do tcheco Fraz Kafka. A transformação do caixeiro viajante Gregor Samsa em uma barata mexe profundamente conosco. Um incrível metáfora sobre a situação de isolamento social provocado pelos tempos modernos. Se você tiver estômago, pode ler, que vale a pena.
14.8.03
Em tempo: se voce quer ser bom, morra. Veja o exemplo de Roberto Marinho. E minha maior frustração foi ter ouvido a pérola de Antonio Palloci, quando disse que ele foi um homem que lutou pela democracia no Brasil. Quero acreditar que Palloci foi ironico.
Quantas vezes, meu Deus, quantas vezes, eu falei o que ninguém ouviu! Como tantas vezes o que falamos é extremamente importante para nós e quem nos ouve não consegue compreender como tão importante assim. Digo isso porque procurei prevenir o meu pastor sobre as coisas que eu penso e escrevo neste blog. Mas acho que ele não levou tão a sério quanto eu gostaria.
Nunca foi minha idéia que minhas idéias, meu blog, se precipitasse em momento inoportuno e explodisse no colo de uma igreja ainda não preparada para lidar com teologias revolucionárias. Minha estratégia de ir inserindo aos poucos no contexto eclesiástico minhas teses foi por água abaixo. A bomba estourou no colo de quem não conseguiu aceitar o conteúdo crítico de minhas idéias. Pago, agora, um preço. Meus interlocutores me falam para ir para a moita, tentar mudar o que for possível a partir de dentro. Era assim que via minha utopia: uma visão de mundo crítica que objetivava aos poucos, com o devido preparo, modificar a igreja e, através dela, ajudar na efetivação do Reino de Deus, que em si é uma Revolução Social. Mas isso se frustrou quando meu blog foi descoberto fora de tempo. Um conflito inevitável (agora eu vejo) eclodiu. Agora eu posso recuar. Mas não sei como isso seria possível realmente, se posso escapar da radicalidade, já que eu não sei mentir direito..
Eu não sei mentir direito
O Rappa
No pais do futebol
eu nunca joguei bem
Poderia ser um sintoma
mas meu jogo de cintura
se manifestou de outro jeito
É que eu não sei mentir
Eu tento, eu tento
mas muitas vezes
tudo acaba en gargalhada
Eu me entrego no olhar
gaguejo, espero pra ver se colou
é sempre fácil perceber
que eu não sei mentir direito
Eu não sei mentir direito, não
Eu não sei mentir direito
Até que um dia uma pessoa me falou
que a minha falta de malicia
era o negativo de uma mesma foto
avesso esperto da malandragem
que se manifestava
naturalmente dificil
Que se manifestava
naturalmente dificil
Ele disse que sou confuso
mas sou claro
E é por isso que eu cheguei inteiro
até aqui
Justamente eu, justamente eu
Justamente eu que não sei mentir direito
O Rappa
No pais do futebol
eu nunca joguei bem
Poderia ser um sintoma
mas meu jogo de cintura
se manifestou de outro jeito
É que eu não sei mentir
Eu tento, eu tento
mas muitas vezes
tudo acaba en gargalhada
Eu me entrego no olhar
gaguejo, espero pra ver se colou
é sempre fácil perceber
que eu não sei mentir direito
Eu não sei mentir direito, não
Eu não sei mentir direito
Até que um dia uma pessoa me falou
que a minha falta de malicia
era o negativo de uma mesma foto
avesso esperto da malandragem
que se manifestava
naturalmente dificil
Que se manifestava
naturalmente dificil
Ele disse que sou confuso
mas sou claro
E é por isso que eu cheguei inteiro
até aqui
Justamente eu, justamente eu
Justamente eu que não sei mentir direito
As letras das músicas que estou postando agora são a melhor tradução do meu pensamento. Não de meus sentimentos. Estou disciplinado na igreja e provavelmente este blog tem grande parcela de responsabilidade nisso. Muito do que eu disse aqui agora está se cumprindo. Por isso não me arrependo de minhas idéias. Somente posso respirar e seguir adiante. Orar e confiar no Senhor das Revoluções.
13.8.03
Não vou me adaptar
Arnaldo Antunes
Eu não caibo mais nas roupas que eu cabia,
Eu não encho mais a casa de alegria.
Os anos se passaram enquanto eu dormia,
E quem eu queria bem me esquecia.
Será que eu falei o que ninguém ouvia?
Será que eu escutei o que ninguém dizia?
Eu não vou me adaptar.
Eu não tenho mais a cara que eu tinha,
No espelho essa cara náo é minha.
Mas é que quando eu me toquei, achei tão estranho,
A minha barba estava desse tamanho.
Será que eu falei o que ninguém dizia?
Será que eu esoutei o que ninguém auvla?
Eu não vou me adaptar.
Arnaldo Antunes
Eu não caibo mais nas roupas que eu cabia,
Eu não encho mais a casa de alegria.
Os anos se passaram enquanto eu dormia,
E quem eu queria bem me esquecia.
Será que eu falei o que ninguém ouvia?
Será que eu escutei o que ninguém dizia?
Eu não vou me adaptar.
Eu não tenho mais a cara que eu tinha,
No espelho essa cara náo é minha.
Mas é que quando eu me toquei, achei tão estranho,
A minha barba estava desse tamanho.
Será que eu falei o que ninguém dizia?
Será que eu esoutei o que ninguém auvla?
Eu não vou me adaptar.
Cálice
Gilberto Gil/Chico Buarque - 1973
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta
Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa
De muita gorda a porca já não anda
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, pai, abrir a porta
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade
Mesmo calado o peito, resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade
Talvez o mundo não seja pequeno
Nem seja a vida um fato consumado
Quero inventar o meu próprio pecado
Quero morrer do meu próprio veneno
Quero perder de vez tua cabeça
Minha cabeça perder teu juízo
Quero cheirar fumaça de óleo diesel
Me embriagar até que alguém me esqueça
Gilberto Gil/Chico Buarque - 1973
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta
Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa
De muita gorda a porca já não anda
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, pai, abrir a porta
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade
Mesmo calado o peito, resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade
Talvez o mundo não seja pequeno
Nem seja a vida um fato consumado
Quero inventar o meu próprio pecado
Quero morrer do meu próprio veneno
Quero perder de vez tua cabeça
Minha cabeça perder teu juízo
Quero cheirar fumaça de óleo diesel
Me embriagar até que alguém me esqueça
12.8.03
Meu amor, minha saudade é enorme. Desejo profundamente ver você logo. Sinto falta de você ao meu lado nessa hora.
Quinta passada fui ouvir Leonardo Boff. Não obrigado a concordar com tudo o que ele disse, admirei-me com a sua clareza e profundidade de análise e raciocínio. Ele inclusive conseguiu dar à minha crença no PT uma sobrevida.
Para Boff, os inúmeros desempregados estruturais não poderão ser reabsorvidos pelo mercado de trabalho. Isso porque estamos passando de um modelo de produção baseado no pleno emprego para a plena ocupação.
Exemplo disso são fábricas como uma montadora do ABC Paulista que no lugar de quase 400 funcionários de quatro anos atrás em uma linha de produção hoje tem apenas um.
A função do estado seria, então, oferecer ocupação e condições de vida para o cidadão.
Exemplo disso são fábricas como uma montadora do ABC Paulista que no lugar de quase 400 funcionários de quatro anos atrás em uma linha de produção hoje tem apenas um.
A função do estado seria, então, oferecer ocupação e condições de vida para o cidadão.
Segundo Boff, falar em amor hoje em dia é revolucionário. Desse modo, os princípios de uma ética mínima para os nossos dias são a sensibilidade (boa vontade),cuidado e responsabilidade.
Lula, você não tem que ficar no Planalto. Tem que ficar na planície. No Planalto está a classe dominante. Na planície está o povo. <(strong> (Boff para Lula, recentemente em Brasília)