3.12.04

Esta noite vou a Fortaleza para a formatura do Seminário. Estarei de volta na segunda.
Enquanto isso, tenho um relatório para entregar até o dia 15. E segunda, quando voltar, tenho capítulos de minha dissertação para entregar.
É a vida nesse meu lugar...

30.11.04

Não mantenho este blog para ter esse tipo de discussão. Especialmente com um stalker. Se você quiser continuar a discussão, terei o maior prazer em fazê-lo por e-mail, porque não elegi este espaço para discussões desse nível.
Mas quero citar alguns textos.
Primeiro: o texto do Consolador está em João 14. 16: "Eu pedirei ao Pai e ele lhes dará outro Consolador, o Espírito da Verdade, para ficar com vocês para sempre". O detalhe é que a palavra traduzida por "outro" significa outro da mesma espécie. Ora, Jesus se referia a uma relação entre Ele mesmo e o Espírito Santo. Então o Espírito é outro da mesma espécie que Jesus: ou seja, Deus, Pessoa, Viva, Existente, Pré-existente.
Um outro texto importante é o do batismo. Jesus fala em Mt. 28. 19: "batizando os meus seguidores em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo", colando, então, essas três Pessoas nominadas no mesmo patamar de igualdade ontológica.
Em Atos 5, quando se fala sobre o pecado de Ananias e Safira, Pedro diz: "Por que você deixou Satanás dominar o seu coração? Por que você mentiu para o Espírito Santo? Por que você ficou com uma parte do dinheiro que recebeu pela venda daquele terreno? (...) Você não mentiu para seres humanos - mentiu para Deus!" (3 - 4) Mentir para o Espírito Santo é mentir para Deus.
Quando Paulo fala em 1 Co. 2 sobre o que Deus tem reservado o Seu Povo, aquilo que nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, ele diz: "O Espírito Santo examina tudo, até mesmo os planos mais profundos e escondidos de Deus" (10). Se o Espírito examina até o Pai, é porque é uma pessoa e uma pessoa diferente do Pai.
Por fim, em 2 Co. 13. 13, a bênção diz: "Que a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vocês!". Mais uma construção trinitária de Paulo.
Sobre o texto de 1 Co. 12. 4, a referência trinitária seria clara se você levasse em conta o paralelismo de membros típico do pensamento hebraico. Há dons, que o Espírito dá. Existem maneiras de servir, mas um só Senhor (Jesus). Há diferentes habilidades, um só Deus (Pai) que as concede.
Sobre o fato de uma pessoa habitar em outra, espero que você possa ler João 14. 23. Aliás, todo o capítulo 14 do evangelho de João mostra claramente que o Espírito Santo, enviado pelo Pai e por Jesus, é uma Pessoa.
Agora, para mim, o assunto está encerrado. Se você quiser continuar, apenas o farei através de e-mail.

Caro anônimo, apesar de não gostar nada de anonimatos, preciso dizer que acompanho você em seu raciocínio sobre Deus até um ponto que você resvalou feio. O Novo Testamento nos fala de um Espírito Santo que tem personalidade, sim. Porque somente pessoas falam, intercedem, se fazem presentes. Os textos de Paulo são sempre trinitarianos. Por exemplo, 1 Co. 12. 4 - 6, que tem uma clara referência à Trindade, ainda que o termo só tenha sido criado por Tertuliano. Sem contar que Jesus disse que este Espírito, o Consolador, estaria conosco e habitaria em nós. Se Ele consola, Ele é uma pessoa.
E você já reparou na cena do batismo de Jesus? O Filho está ali, sendo batizado. O Pai está ali, dizendo que Aquele era Seu Filho Amado. O Espírito está, na forma de uma pomba.
É o bastante. Como é isso, é uma questão que não me cabe pensar ou responder.

29.11.04

Talvez eu nunca tenha tido síndrome do pânico. Talvez eu tenha sintomas de uma taxa elevada de prolactina. Talvez.


Escrevi isso há mais de um ano. Em 25 de outubro do último ano. Queria partilhar novamente uma descoberta que mudou a minha vida:

25.10.03

Aprendi algo intensamente marcante no meu encontro com a Susana, minha psicóloga. Aprendi sobre duas espécies de relacionamentos de amor:

Amor transcendental – firma-se em ideologia, utopias, sonhos. Enfim, é profundamente platônico, abstrato. Nesse caso, os romances são lembrados e se fecham como histórias, boas ou más. Esse amante se deixa guiar por idéias e por histórias. Provavelmente por medo dos riscos implicados, não permite que seus relacionamentos se concretizem. Prefere-os virtuais, ideais. Essa espécie de amante encerra seus vínculos em histórias sem pessoas (reais). As pessoas estão presentes (mesmo idealizadas) mas somente são importantes dentro de histórias. É assim que alguém se torna para mim o maior amor que eu já tive, mas cada vez que eu vejo esse mito ameaçado no relacionamento, eu escapo. Se torna importante para mim a preservação da transcendência!
Verdadeiramente, essa é uma falsa transcendência. Porque o amor transcendente eleva, mas não transforma, estando relacionado ao vínculo com Deus. Qualquer relacionamento humano que se firma nesse tipo de amor atemporal, transcendente é pouco libertador e saudável. Alimenta mitos e constrói idéias que podem até nos organizar, mas não nos fazem mais humanos.

Amor concreto – é a dimensão dos relacionamentos horizontais, humanos. Esse é o tipo de amor que pode nos transformar. Mesmo o Deus Eterno quando quis nos libertar, nos transformar, se encarnou, se fez homem; concretizou Seu amor em uma forma humana.
Essa é uma espécie de amor que se funda em relacionamentos e vínculos com pessoas. Nós seguimos a quem amamos, não idéias. É concreto, é atual. Mas implica riscos: de nos machucarmos, de nos ferirmos. Enfim, risco de sermos transformados. E tememos a dor que essa transformação traz. Tememos a dor que está ligada a relacionamentos concretos. Neles, perdemos algo em nós. Arriscamos perder pessoas. E no processo de amadurecimento relacional, podemos nos machucar mutuamente.

Foi uma verdadeira epifania para mim a descoberta de que estou no processo de parto de uma espécie para outra (mais madura) de amor. Assim, eu sei que preciso mudar e mudar nos relacionamentos, mas mudar ao lado de alguém que para mim seja o amor.
Um amor que não percebe que a mudança se processa no relacionamento (não no afastamento) é puramente transcendental. É no relacionamento concreto que podemos conhecer as pessoas e entender que A não é B.
Tornamo-nos platônicos como escape para as mais diversas perdas que nos afligem. Porque relacionamento implica perdas e dores. Não as queremos. Por isso eu prefiro seguir e amar ideologias. E não costumo me vincular verdadeiramente.
Mas percebi que estou mudando. Por isso não consegui entender a necessidade de afastamento de Priscila. Por isso não aceitei a idéia de ela acompanhar minha mudança à distância. Quero ter um amor que transforma, um amor concreto, não mais transcendental. Por isso, me sinto tão bem por me sentir livre de novo.
Descobri que preciso de uma mulher real ao meu lado, não o único, verdadeiro e grande amor da minha vida. Uma mulher real não é um produto idealizado que combina em tudo comigo. É alguém concreto, com quem eu vou brigar, discutir, discordar, me enfurecer. Mas com quem me reconciliarei, a quem vou amar, dar carinho, afeto. Com quem construirei um relacionamento com amor, perdas e ganhos.
Susana me fez ver que essa verdade se aplica a cada área da vida: família, amigos, trabalho, igreja. Precisamos criar vínculos se queremos mudar. Amar e seguir essas pessoas. Viver relacionamentos e conexões. É preciso amar as pessoas como se houvesse amanhã.
Pois é. Meu forte apego a ideologias não passa de um escape às inúmeras perdas relacionais que sofri (desde o meu pai). Se eu quiser mudar e ser curado, meu foco precisa estar nos relacionamentos, onde eu sou mais humano.
Sabe do que mais? Estou em trabalho de parto. E gostaria de ser, também, a parteira da sua mudança, mas já sei que isso não será possível. É hora da Revolução do amor!