Minha primeira opinião
23.8.03
Marco, obrigado pelas palavras de incentivo.
Refletindo sobre Foucault, compreendo que o atual imperialismo yankee não passa de uma forma de racismo de Estado que em esfera mundial perpetua o discurso da luta permanente. Nesse caso, a luta permanente entre a super-raca norte-americana e as demais sub-racas, especialmente representadas pelos povos arabes. Esse discurso e esse mito se renovaram na nova tese do choque de civilizacoes, que afirma que um confronto entre Ocidente (EUA) e o Oriente (Isla) eh inevitavel. O discurso da luta permanente se renova em favor da manutencao da dominacao e do poderio americano, e da sujeicao das nacoes ao Imperio. Imperio que carece de discursos renovadores, ja que demonstra sinais de cansaco (vide as situacoes na Palestina e no Iraque).
Nao sei se seria capaz de escapar, em minha pratica, dos modelos de lideranca e ministerio que tanto critico. Primeiro, porque sei que foi aqui dentro que fui formado, conduzido, que eh provavelmente o unico que conheco. Isso significa para mim que acredito mesmo que como lider reproduziria esse paradigma autoritario e absolutista.
Em segundo lugar, pressumo que o que vem acontecendo, em relacao as minhas posturas criticas, eh traducao de um conflito entre o lugar legitimado (o do pastor) e um sujeito que ainda busca legitimacao (eu). Quer dizer, o confronto so ocorre porque um elegeu o outro como adversario. Provavelmente, o sujeito que busca legitimacao (eu) se assumisse o lugar legitimado seria incapaz de vivenciar as ideias e teses atuais e, diante da critica, se tornaria tao autoritario quanto o lider a quem critica hoje. Temo muito ser, um dia, esse sujeito.
Em segundo lugar, pressumo que o que vem acontecendo, em relacao as minhas posturas criticas, eh traducao de um conflito entre o lugar legitimado (o do pastor) e um sujeito que ainda busca legitimacao (eu). Quer dizer, o confronto so ocorre porque um elegeu o outro como adversario. Provavelmente, o sujeito que busca legitimacao (eu) se assumisse o lugar legitimado seria incapaz de vivenciar as ideias e teses atuais e, diante da critica, se tornaria tao autoritario quanto o lider a quem critica hoje. Temo muito ser, um dia, esse sujeito.
Minha alma (a paz que eu não quero)
O Rappa
A minha alma está armada
E apontada para a cara do sossego
Pois paz sem voz, paz sem voz
Não é paz é medo
As vezes eu falo com a vida
As vezes é ela quem diz
Qual a paz que eu não quero conservar pra tentar ser feliz
As grades do condomínio
São pra trazer proteção
Mas também trazem a duvida
Se é você que está nesta prisão
Me abrace e me dê um beijo
Faça um filho comigo
Mas não me deixe sentar
Na poltrona no dia de domingo
Procurando novas drogas
De aluguel neste vídeo
Coagido pela paz
Que eu não quero
Seguir admitindo
As vezes que falo com a vida
As vezes é ela quem diz
O Rappa
A minha alma está armada
E apontada para a cara do sossego
Pois paz sem voz, paz sem voz
Não é paz é medo
As vezes eu falo com a vida
As vezes é ela quem diz
Qual a paz que eu não quero conservar pra tentar ser feliz
As grades do condomínio
São pra trazer proteção
Mas também trazem a duvida
Se é você que está nesta prisão
Me abrace e me dê um beijo
Faça um filho comigo
Mas não me deixe sentar
Na poltrona no dia de domingo
Procurando novas drogas
De aluguel neste vídeo
Coagido pela paz
Que eu não quero
Seguir admitindo
As vezes que falo com a vida
As vezes é ela quem diz
Hey, Joe!
O Rappa
Hey Joe onde é que você vai com essa arma aí na mão
Hey Joe esse não é o atalho pra sair dessa condição
Dorme com tiro acorda ligado tiro que tiro
Trik-trak boom pra todo lado meu irmão,
Só desse jeito consegui impor minha moral
Eu sei que sou caçado e visto sempre como um animal
Sirene ligada os homi chegando trik-trak boom boom
Mas eu vou me mandando
Hey Joe assim você não curte o brilho intenso da manhã
Hey Joe o que teu filho vai pensar quando a fumaça baixar
Fumaça de fumo fogo de revolver
E é assim que eu faço eu faço eu faço,
Eu faço a minha história meu irmão,
Aqui estou por causa dele e vou te dizer
Talvez eu não tenha vida mas é assim que vai ser
Armamento pesado corpo fechado
O Rappa
Hey Joe onde é que você vai com essa arma aí na mão
Hey Joe esse não é o atalho pra sair dessa condição
Dorme com tiro acorda ligado tiro que tiro
Trik-trak boom pra todo lado meu irmão,
Só desse jeito consegui impor minha moral
Eu sei que sou caçado e visto sempre como um animal
Sirene ligada os homi chegando trik-trak boom boom
Mas eu vou me mandando
Hey Joe assim você não curte o brilho intenso da manhã
Hey Joe o que teu filho vai pensar quando a fumaça baixar
Fumaça de fumo fogo de revolver
E é assim que eu faço eu faço eu faço,
Eu faço a minha história meu irmão,
Aqui estou por causa dele e vou te dizer
Talvez eu não tenha vida mas é assim que vai ser
Armamento pesado corpo fechado
22.8.03
Ultimamente, tenho me sentido sufocado, como se minha vida estivesse, pouco a pouco, sendo consumida por toda a situacao a minha volta. Sinto-me como se estivesse em um caixao, enterrado, morrendo. As coisas que estou fazendo hoje na vida me fazem feliz, mas nao era exatamente isso que eu planejava que estivesse acontecendo. Mas eu sei que o Deus das Revolucoes esta no controle de tudo!
Cara, eu sou o Noturno:
Nightcrawler! You are secretive, extremely
powerful, insecure and lovable. Somehow you're
a little mixed up. You can teleport from place
to place. You pity humans and are a practising
Catholic, yet you try to kill the President?
You were being controlled by evil Stryker! But
you're ok now, just quit with the self
harming...
What X Men 2 Movie Character Are You?
brought to you by Quizilla
Nightcrawler! You are secretive, extremely
powerful, insecure and lovable. Somehow you're
a little mixed up. You can teleport from place
to place. You pity humans and are a practising
Catholic, yet you try to kill the President?
You were being controlled by evil Stryker! But
you're ok now, just quit with the self
harming...
What X Men 2 Movie Character Are You?
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Michel Foucault afirma (Em defesa da sociedade) que o poder “se exerce e só existe em ato”, através de uma relação de força. Para ele, “o poder é essencialmente o que reprime”. A partir disso, o filósofo francês acredita que um esquema de análise do poder mais apropriado leva em consideração o par dominação-repressão, sendo pertinente “a oposição entre luta e submissão”.
Do século XIX em diante, são as coerções disciplinares garantem a coesão do corpo social. No ambiente eclesiástico, a coesão também precisa ser mantida pelo poder disciplinar.
O discurso da disciplina é alheio ao da lei; é alheio ao da regra como efeito da vontade soberana. Portanto, as disciplinas vão trazer um discurso que será o da regra; não o da regra jurídica derivada da soberania, mas o da regra natural, isto é, da norma.
Para Foucault, há um contra-senso na prática jurídica da sociedade (que termina por conduzir à repressão). Ele o diz de outra forma, mas afirma que os dois pilares do direito burguês são o estatuto jurídico da soberania (social) e a prática das normalizações disciplinares. Foucault afirma que esses dois são incompatíveis. Surge, assim, a medicalização geral dos comportamentos como discurso árbitro para reger essas relações. Esse processo parece sugerir que os sujeitos disciplinados na sociedade serão classificados como enfermos ou doentes.
Logo, não é estranho que alguém disciplinado em uma igreja seja encaminhado à psicoterapia, já que ele provoca ainda mais confusão nessas relações de poder, exercido através da repressão.
Do século XIX em diante, são as coerções disciplinares garantem a coesão do corpo social. No ambiente eclesiástico, a coesão também precisa ser mantida pelo poder disciplinar.
O discurso da disciplina é alheio ao da lei; é alheio ao da regra como efeito da vontade soberana. Portanto, as disciplinas vão trazer um discurso que será o da regra; não o da regra jurídica derivada da soberania, mas o da regra natural, isto é, da norma.
Para Foucault, há um contra-senso na prática jurídica da sociedade (que termina por conduzir à repressão). Ele o diz de outra forma, mas afirma que os dois pilares do direito burguês são o estatuto jurídico da soberania (social) e a prática das normalizações disciplinares. Foucault afirma que esses dois são incompatíveis. Surge, assim, a medicalização geral dos comportamentos como discurso árbitro para reger essas relações. Esse processo parece sugerir que os sujeitos disciplinados na sociedade serão classificados como enfermos ou doentes.
Logo, não é estranho que alguém disciplinado em uma igreja seja encaminhado à psicoterapia, já que ele provoca ainda mais confusão nessas relações de poder, exercido através da repressão.
18.8.03
Estou, nesta madrugada. Mas, por incrivel coincidencia, assisto agora na TV Cultura o programa Grandes Mestres da Literatura sobre Franz Kafka. Empolguei-me profundamente, ja que estou lendo o tcheco desde a ultima quinta-feira. A Metamorfose foi uma obra com a qual me identifiquei. O artista da fome trata sobre a espetacularizacao dos mais humanos sofrimentos. Mal iniciei Carta ao meu pai. Mas desejo mesmo eh ler O processo.
17.8.03
Eh doloroso perceber minha avo e, especialmente, minha mãe mais longe de Deus e da igreja em função do que me tem acontecido nos últimos tempos. Tenho sofrido diante de Deus lhe pedindo o milagre de resgata-las, ainda que aos meus olhos me pareça impossível. Eh uma pena que pessoas que deveriam cuidar das vidas delas as tenham empurrado, aparentemente, para fora da comunhão, que, dizemos, crer promovida pelo Espírito Santo.
Estava ouvindo Faustao falar besteira agora na tevê:
Eh por ter gente honesta como vocês que o nosso pais estah nessa situaçao que estah hoje.
Isso era um elogio à honestidade de dois pernambucanos que encontraram quatro mil e quinhentos dolares e devolveram...
Eh por ter gente honesta como vocês que o nosso pais estah nessa situaçao que estah hoje.
Isso era um elogio à honestidade de dois pernambucanos que encontraram quatro mil e quinhentos dolares e devolveram...
A minha situação atual de vida tem uma história. No ano 2000, último ano de faculdade, tive certeza de iria para o Seminário. A vocação de Deus era clara em minha mente e em meu coração.
Fui para Fortaleza no ano seguinte, onde passei dois anos me sentindo, quase sempre, no centro da vontade de Deus para a minha vida. Ali, minha reflexão teológica dirigiu-se a espaços os quais nunca imaginei chegar. Novos traços de relacionamento com Deus estavam se estabelecendo no meu ser.
Aí, no ano passado, problemas diversos me lançaram em um doloroso e sofrido exílio em minha própria terra. Sem espaço para refletir, pregar, sentir, viver.
No fim do ano passado, a dor e a solidão desse ostracismo eram tremendas. Inúmeras feridas na minha alma careciam de serem tocadas pelo Senhor. Foi assim que ela voltou para a minha vida.
Foi nessa vida dolorosa de exilado que minha teologia e minhas idéias evoluíram, auxiliadas pela presença dela, de seu companheirismo, suas próprias idéias, seu amor. Foi através desse blog, onde fui inserido por ela também, que recuperei um espaço para repensar e refletir. Um espaço para as minhas loucuras, como digo acima.
É bom ter a companhia dela nessa luta. No entanto, não me é confortável saber que a minha dor e meus novos ostracismos são reservados a ela também. Sua companhia me tem sido imprescindível. E não posso evitar que essa companhia seja levada por mim para um novo lugar de sentido, afastado do centro a visão de mundo que nossas igrejas costumam ter. Lugar perigoso e doloroso.
Obrigado por tudo, Pri.
Fui para Fortaleza no ano seguinte, onde passei dois anos me sentindo, quase sempre, no centro da vontade de Deus para a minha vida. Ali, minha reflexão teológica dirigiu-se a espaços os quais nunca imaginei chegar. Novos traços de relacionamento com Deus estavam se estabelecendo no meu ser.
Aí, no ano passado, problemas diversos me lançaram em um doloroso e sofrido exílio em minha própria terra. Sem espaço para refletir, pregar, sentir, viver.
No fim do ano passado, a dor e a solidão desse ostracismo eram tremendas. Inúmeras feridas na minha alma careciam de serem tocadas pelo Senhor. Foi assim que ela voltou para a minha vida.
Foi nessa vida dolorosa de exilado que minha teologia e minhas idéias evoluíram, auxiliadas pela presença dela, de seu companheirismo, suas próprias idéias, seu amor. Foi através desse blog, onde fui inserido por ela também, que recuperei um espaço para repensar e refletir. Um espaço para as minhas loucuras, como digo acima.
É bom ter a companhia dela nessa luta. No entanto, não me é confortável saber que a minha dor e meus novos ostracismos são reservados a ela também. Sua companhia me tem sido imprescindível. E não posso evitar que essa companhia seja levada por mim para um novo lugar de sentido, afastado do centro a visão de mundo que nossas igrejas costumam ter. Lugar perigoso e doloroso.
Obrigado por tudo, Pri.