Alegria
Alegria
Tenham sempre alegria, unidos com o Senhor! Repito: tenham alegria!
Filipenses 4. 4.
Há uma doce alegria no ar. Contagiante. Empolgante. Quase me conduz ao eufórico descontrole. Há uma doce alegria em meu coração, impactantemente gravada pelo Espírito Santo. Essas novas coisas que Deus tem trazido à tona, dentro de mim, são desconcertantes. Há uma doce alegria tomando meu ser. Doce alegria, alegria do Senhor, que é nossa força.
Na noite em que me converti, senti como se o chão me faltasse. Já falei em outra meditação: era como se toda a alegria que me envolvia naqueles dias de acampamento finalmente tivesse encontrado brecha para raiar no meu interior. Havia eu, finalmente, aberto meu coração para receber o presente maravilhoso de Deus para a nossa vida. Abrira meu coração para receber Jesus. A alegria daquela noite envolve-se, em minha memória, por uma aura especial, como se fosse sentimento e momento irrepetível.
Esses dias, como se um rio do Espírito lavasse minha alma, como se um lago de Deus surgisse no meu coração, há uma alegria indescritível me tomando. Qual a sua fonte? Qual o seu propósito?
Essa alegria só pode ter uma única fonte. Qualquer outra forma de alegria é passageira e incompleta. Paulo diz aos Gálatas que, depois do amor, a alegria é parte seguinte do fruto do Espírito Santo (Gl. 5. 22). Como um fruto cheio de gomos, a alegria é parte da obra que faz Deus em nossa vida. E essa parte é perfeita e plena: ela independe das coisas que se sucedem conosco. Ela independe das dores que enfrentamos. Independe de nossas aflições e lutas. De nossa ansiedade. Apesar de todos os momentos difíceis, a alegria que vem do Senhor se mantém.
E se mantém para nos manter de pé. Ela é a nossa força. Quando toda tristeza nos abate. Quando todo cansaço nos faz desmoronar. Quando toda angústia nos sufoca. Quando todo mal se levanta contra nós. Quando, humanamente, a única coisa que poderia restar em nós fosse depressão. Em todos esses momentos, Deus nos concede da Sua alegria como uma arma de resistência, como o alimento contra o cerco de uma cidadela, como a força de nossa alma, para fazermos frente a tudo que procura nos destruir. A nossa alegria, trazida a nós pelo Espírito de Deus, é parte de nosso escudo e fortaleza. Por isso, o nosso Deus é socorro bem presente nas tribulações. Só Ele enche nossos lábios de louvor, nosso coração de júbilo, nossa vida de alegria, diante das piores lutas, dos momentos mais difíceis.
De onde vem? Pensando nessa pergunta eu me lembro da primeira vez em que me apaixonei na minha adolescência. Quer dizer, a primeira em que foi recíproco. Lembro do meu prazer em estar na companhia dela. E quando, nas escadas de meu prédio, lhe dei o primeiro beijo? Fui às nuvens. Era bom demais aquilo. Lembro que a minha alegria era contagiante. Eu estava empolgado. Era mais fácil viver a vida. Tudo era motivo para festa. E sempre estava nos meus lábios um hino de louvor a Deus. De onde vinha toda a minha alegria? Da comunhão. De amar. Mas, principalmente, de ser amado. Sentir-se amado, valorizado, a partir de uma comunhão íntima, é a maior das fontes de nossas alegrias.
Dia desses, após um aborrecimento, fui dormir pedindo a Deus que me fizesse sentir Seu amor por mim para recuperar a minha alegria perdida. E quando percebi o grande amor de Deus invadindo meu coração, a alegria explodiu de novo no meu rosto.
Por que a alegria do Senhor é nossa força? Por que podemos andar alegres, com um novo cântico nos lábios em todo tempo? Por que podemos alegrarmo-nos e alegrarmo-nos sempre? Porque temos a comunhão com nosso Pai. Porque temos uma relação de amor com Ele. E, mais que tudo, porque somos amados por Ele. Somos amados por Ele e, na força desse amor, brota em nosso coração por meio do Espírito, uma alegria inefável. Semelhante àquela do adolescente apaixonado. Apaixonados por Deus, amados infinitamente por Ele. Se era bom quando o amor era tão imperfeito, como não será alegre, empolgante, eufórico com o Perfeito Amor de Deus?
Temos fome de alegria do mesmo modo que temos fome de amor. Essa fome há de ser saciada através de Cristo Jesus. Da comunhão com Ele. Do amor dEle. Da vida com Ele. Da vitória conquistada pela Cruz. O caminho para vivenciar isso, uma vez e sempre, é confiar a vida nas mãos do amor que se entregou e morreu por nós. É confiar a vida a Jesus.
Daniel Dantas
Missionário da 1ª IPI do Natal