O projeto da redução da maioridade penal, solução pirotécnica fácil, foi apresentado pelo Senador Magno Malta, lamentavelmente um evangélico.
Em vez de querer se promover às custas da exposição pública do caso, Malta poderia pensar na promoção de ações mais efetivas para reduzir as nossas desigualdades nacionais, assassinas violentas. Formas mais concretas de diminuir os índices de criminalidade.
No fato do casal da Shell assassinado no Rio, cujos filhos são suspeitos, o discurso da mídia somente reforça que o centro da questão é bem outro. Em que Champinha é diferente daquelas crianças? No dinheiro e na nacionalidade. Por isso as discussões que eles levarão à mídia se referirão à desestrutura da família, a falta de moralidade. Jamais essas crianças serão exploradas nas discussões sobre penas e violência.
A questão no caso é outra: é social e econômica. O pobre e preto é sempre criminoso nas estruturas mentais e sociais que ainda mantemos. Do mesmo modo, crianças ricas e norte-americanas são vítimas da sociedade. Vítimas são preservadas do constragimento de serem acusadas pela mídia.
Champinha nasceu em um lugar pobre do Brasil. Não terá o direito de que ninguém se preocupe com ele. Jamais será vítima, apenas criminoso. Mortal.
9.12.03
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