8.5.04

Não diria que estou admitindo mentir neste blog. Estou admitindo que considero veraz a interpretação que Goffman dá da vida em sociedade. Nós representamos papéis sociais que têm suas próprias fachadas. Nós podemos acreditar nas personagens que encarnamos ou podemos ser cínicos e trapaceiros e, então, manipulamos o que expressamos de nós mesmos.
Isso acontece com maior intensidade no ciberespaço. Representamos neste teatro de nova socialidade. Representamos com mais facilidade porque não temos que expor o nosso rosto e vestir as máscaras se torna mais fácil.
Todos representamos. Todos assumimos papéis na sociedade. Se mentimos, não é exclusividade minha. O problema é que encarnarmos os papéis tão bem que esse se torna o nosso verdadeiro eu. Um eu mediado pelo palco em que atuamos.
Isso faz parte da essência dos blogs, creio eu. Nenhum dos meus leitores têm qualquer condição de verificar se o que digo ou exponho aqui é totalmente real. (Aliás, o que é real na cibercultura?)
Isso não significa que sou insincero. Até onde eu me conheço, eu sou o que exponho aqui. Nem mais, nem menos. Só que eu também sou um ator social. Um ator inserido no ciberespaço. Inserido na comunidade blogueira.
Quer saber mais? Leia Erving Goffman.

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