10.12.03

Cumpri uma pauta bastante emocionante esta semana no jornal. Sábado é aniversário do famigerado AI-5. Fizemos uma matéria falando sobre os 35 anos da promulgação de um dos momentos mais tristes e negros da nossa história.
Entrevistei, então, o pai de uma amiga, maestro. Velho amigo de meu pai, Alberto da Hora ficou preso ao lado dele no DOI-CODI do Recife e na Colônia Penal João Chaves. Apanhou muito ao lado dele. E dize-nos aqui muitas histórias interessantes do tempo de xilindró.
Cantou para nós uma paródia de Carinhoso que o velho Rubens fez no cárcere do DOI-CODI. Homenagem à campanhia que tocava anunciando mais uma sessão de torturas.
Momento negro de nossa história. O pastor Jorge Aquino falou sobre o fato de que muitos cristãos envolvidos politicamente foram entregues à tortura e morte pelos seus próprios irmãos e até por seus pastores. Alguns desses pastores fazem tremendo sucesso hoje em dia, trazendo mãos cheias de sangue.

Tive de dispensar Alberto da Hora ontem. A conversa ficou profundamente emocionante... As lembranças estavam aflorando. A dor, marca da intolerância e estupidez humana, provocava profundo sentimento de indignação.

Olhando para a nossa história ou para a história de Pinochet e Allende no Chile não posso aceitar jamais uma submissão cega às autoridades com base em leituras distorcidas de textos como Romanos 13.

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