7.2.03

No Da obra alheia, a sacerdotisa do absurdo expôs ontem seu prazer na leitura de “A farsa da boa preguiça”, de Ariano Suassuna. Isso me fez lembrar duas história ouvidas dele, que jamais me esqueci.
A primeira foi na abertura da reunião da SBPC em Natal, no ano de 1998. Ele contou que estava orientando o trabalho de duas estudantes de antropologia. Elas foram fazer uma pesquisa em uma cidade do interior pernambucano. Lá, encontraram um pescador. O diálogo que se seguiu foi mais ou menos assim:
- Como é o nome do prefeito da cidade?, perguntaram as moças.
- Sei não senhora, respondeu o pescador.
- O senhor sabe quem é o governador do estado?
- Não...
- E o nome do presidente? O senhor sabe?
- Não é Getúlio Vargas?
- Mas o senhor é muito ignorante...
Indignado, o homem as levou ao seu barco de pesca;
- Me diga uma coisa: a senhora sabe o nome desse peixe aqui?, perguntou o pescador.
- Não, disse a jovem.
- E esse aqui? A senhora sabe?
- Não.
Então, sabiamente, o pescador concluiu:
- Eu prefiro as minhas ignorâncias do que a sua sabedoria.

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