6.2.03

Já tinha lido de José Comblin, que é um padre belga radicado no Brasil, um excelente livrinho: “O Enviado do Pai”. Realmente achei o melhor comentário sobre o evangelho de João que jamais lera. Agora, estou devorando “Neoliberalismo”:

A globalização é um mito e o mercado total é um mito. Porém, em nome deste mito, uma nova classe impõe uma ditadura de fato, limita os poderes dos Estados e transforma a democracia em fachada ou comédia, controla o pensamento único e condena à exclusão, ou seja, à miséria da nova pobreza a maioria da humanidade.

Mais à frente, Comblin afirma que os neoconservadores que aplicaram a ideologia neoliberal a partir dos anos 80 (com Thatcher e Reagan), ou mesmo antes, no Chile de Pinnochet, procuraram se firmar em uma pretensa afinidade profunda entre cristianismo e capitalismo. Então,

os neoconservadores estimam que a contribuição da religião cristã para a salvação do capitalismo é fundamental. O que é que se espera dos cristãos?
Em primeiro lugar, faz-se um apelo para que os cristãos legitimem o capitalismo. Pois há muitos cristãos que desacreditam nele e buscam outras soluções.
...
No fundo, o que se quer é que o cristianismo mantenha a sociedade para que o capitalismo possa continuar destruindo-a. É uma tarefa sem fim.


Parece que os meus visitantes de ontem acataram perfeitamente o papel que lhes cabe no processo neoliberal. Não perceberam que não passam, assim, de promotores da ideologia imperialista norte-americana, profundamente anti-bíblica e anti-cristã.
Perceba, também, como a crítica da sacerdotisa do absurdo casa perfeitamente com a posição de Comblin.

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