19.2.03

Foi construída, há tempos, especialmente em ambiente protestante, uma virtual incompatibilidade entre marxismo e cristianismo. Lendo Michael Löwy hoje, meditei um pouco sobre a realidade desta incoerência.
É lógico que a premissa básica é a afirmação ateísta do marxismo, a partir de sua crítica religiosa. Mas as mesmas pessoas que acham que essa afirmação fecha as portas ao diálogo cristão-marxista, não são tão radicais em relação a outros possíveis diálogos sociais, como aqueles que permeiam acordos políticos entre igrejas e partidos. A questão é mais profunda e ideológica.
Mas, efetivamente, marxismo e cristianismo têm objetivos comuns, o que, na prática, possibilitaria um diálogo rico, cada parte respeitando a outra. Vejam só.
Ambos se apropriam de utopias (visões sociais de mundo críticas quanto à ordem estabelecida). O comunismo e o Reino de Deus são, na verdade, utopias muito semelhantes. Segundo Löwy, o comunismo para Marx e Engels seria uma sociedade sem classes, igualitária, harmoniosa, na qual o homem e a mulher seriam iguais. E isso é o que a Bíblia ensina sobre o Reino (consumado).

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