Assim, é possível antever o contexto e as motivações que desenvolvem a teologia dos galardões, muito (mas muito mesmo) comum em ambientes evangélicos.
Essa teologia afirma que no Reino consumado as pessoas estarão mais perto de Jesus na medida de suas obras na terra em prol da vontade de Deus. Essa retribuição também é entendida como jóias (bênçãos) que os crentes vão receber em sua coroa na glória.
De qualquer maneira, tal concepção torna inexistente uma possível sociedade sem classes. Mesmo no céu, a sociedade de classes do nosso mundo será reproduzida, havendo uma elite espiritual (rica de jóias em suas coroas) e um proletariado, que por muito pouco escapou da perdição (pelo fogo).
E como em geral os adeptos dessa teologia entendem as boas ações que merecem galardão na medida do dinheiro que o crente investe “na obra”, essa elite continua sendo a mesma elite capitalista, mundana, que há nas igrejas hoje.
Não é de se estranhar que essa ideológica concepção teológica tenha nascido nos EUA e tenha ganhado força, ocupando o espaço de diversos movimentos críticos, utópicos, libertacionistas, sempre entendidos como heréticos.
19.2.03
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