Ele foi chamado de piada, de grotesco, de escolha do "quanto pior melhor". Mas certamente foi o político que saiu com maior credibilidade desta eleição. E penso que não estou exagerando. Pouco a pouco, Miguel Mossoró está assumindo com clareza a personalização da ironia. Em uma entrevista hoje à tarde ele disse que veio à eleição, com suas propostas absurdas, como que denunciando a inércia da classe política tradicional. Não sei se os seus mais de 60 mil eleitores o viram como ele gostaria de ser visto, mas ele mudou o fazer político de Natal. Ele não era burro, ou bobo, como fez questão de dizer. Se prometia uma ponte de 320 km de extensão, apenas denunciava o descaso que protela há dez anos a construção de uma ponte de 2 km ligando Natal à Redinha, do outro lado do Rio Potengi. Essa construção, que foi iniciada com altos gastos de dinheiro público, foi condenada por perícia ainda nos fundamentos e tem de ser derrubada. Com o dinheiro dos natalenses.
Ele foi chamado de piada, mas agora todos correm atrás de seu apoio para o segundo turno. Miguel Mossoró, que você, de outras partes do país, vai poder curtir no Programa do Jô da quarta-feira, depois de amanhã.
Em tempo: eu sou petista, meu voto foi no PT. Minha candidata, Fátima Bezerra, deputada federal, terminou o pleito de ontem em quarto lugar, dez pontos percentuais atrás de seu Miguel.
4.10.04
Espaço para minhas reflexões e loucuras, existenciais, acadêmicas, teologicas e emocionais
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