Fui espírita por toda a minha vida, até me converter aos 17 anos. Afirmava, como todo kardecista, que espiritismo não é religião, mas sim ciência (até hoje não sei fundamentada em quê. Aliás, sei sim; fundamenta-se na fé que os mortos falam). E, por mais que dissesse que não, como todo espírita, me esforçava até as últimas conseqüências para convencer os outros de que apenas o espiritismo era a verdade.
Na minha conversa no UOL, havia muitos espíritas. Todos como eu era. Só que todos cometendo um erro fundamental para quem se auto-intitula científico. Usavam a Bíblia para defender sua fé, mas recortando apenas as passagens que achavam adequadas. Todas aquelas que negam a substância de sua crença eram circunstancialmente esquecidas nas discussões.
Nada mais anti-científico, já que um dos elementos da maioria dos métodos de ciência é a exaustividade, justamente para se evitar que se colham apenas dados que corroborem as hipóteses dos pesquisadores. Isso significa que é impossível defender o espiritismo com a Bíblia, a não que se cometa um estupro intelectual e científico no texto bíblico e nos pressupostos da fé espírita.
30.9.04
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