9.4.04

Ainda sobre o Golpe, vejam este poema de Moacy Cirne, trazido do ótimo Balaio Vermelho:

abril abril
sem brilho:
baionetas rasgam corpos
e o silêncio da manhã.
o azul já não é mais azul
e uma criança chora com a dor dos pais.
não há lugar para o sonho
não há lugar para a vida.
abril abril
sem brilho:
lâminas cortam palavras
e angústias repentinas
com suas auroras intangíveis.
há um grito seco no vazio da memória.
o que fizeram com os nossos sonhos?
o que fizeram com as nossas vidas?

em 1/4/2004
40 anos depois

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