Acredito que provavelmente o PT e o governo não devessem barrar quaisquer CPIs que se proponham a investigar corrupções, doa a quem doer. Lutar contra passa a impressão de que se tem algo a esconder. E isso pode aumentar, e muito, o grau de decepção popular contra Lula. Isso é uma coisa.
Duas outras coisas diferentes são, em primeiro lugar, explorar denúncias sem comprovação, como as do filho de Brizola, por exemplo, em detrimento da volátil e frágil economia desse país. Quando o noticiário irresponsavelmente se rende ao denuncismo sem provas, quando a oposição, qualquer que seja ela, faz uso desse expediente, sem pensar que conduz assim o país a uma situação complicada, me causa tristeza. A tristeza de ter certeza que a luta por poder e prestígio se faz sem pensar na realidade do país, sem pensar no bem da nação.
A outra coisa diz respeito à postura governista da Globo. Dependendo sempre do poder público, seja financeiramente, seja politicamente, a Globo inverte aquela fala atribuída aos anarquistas: Há governo? Sou a favor. Entendam que eu sou petista, lulista e defensor intransigente da esperança vermelha. Mas também sou jornalista. E me entristece ver o tratamento condecendente e parcial (afavorante) da Globo no caso Waldomiro. Por exemplo: o Jornal da Record da noite passada mostrou um único trecho do discurso do presidente no Rio Grande do Sul onde ele disse que no seu governo nenhuma denúncia de corrupção ficará sem uma profunda investigação e punição dos culpados. Isso acompanhado pelas mordazes críticas de Boris Casoy. Já o Jornal Nacional mostrou todo o discurso do presidente, finalizando todas as matérias sobre o caso, dando a entender que Lula está forte, é um homem honrado e o governo está fazendo o que é possível na investigação das denúncias. Enfim, o JN trouxe uma mensagem de profundo significado positivo em relação ao governo, traduzindo uma atmosfera de debelação de toda crise.
Como jornalista (mesmo petista ou lulista) acho que a tarefa da imprensa não é ser a favor, mas ser crítica de todo governo. Ziraldo, petista, quando o partido assumiu o poder disse que sua produção, agora, necessitava ser de oposição, mesmo que seu partido estivesse assumindo o governo. Concordo com ele.
21.2.04
Espaço para minhas reflexões e loucuras, existenciais, acadêmicas, teologicas e emocionais
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