Saudades de algumas pessoas queridas. Saudades de Hadassa, colega de seminário de quem não tive mais notícias. Já deve ser hoje pastora em algum lugar no Amazonas. Menininha pequenina, um doce de pessoa profundamente arguta, inteligente, sensível e capacitada para o ministério. Mais que amiga de todos nós, cuidava pessoalmente de cada um. Como filhos, mesmo que tivéssemos mais ou menos a sua idade.
Uma vez adoeci. E quando todos foram para as suas igrejas no domingo à noite, Hadassa batia à minha porta para ver como estava, para me trazer chá, cuidava de mim.
Certa vez, vivemos uma experiência juntos ao tentarmos (sem sucesso) ir assistir a uma peça. O ônibus que íamos pegar no terminal do Parangaba atrasou mais de uma hora devido a um assalto sofrido. Impacientes, em pé na fila, meu ciático doeu como nunca (e isso não qualquer figura de linguagem - é a mais pura verdade). Mas a comédia estava reservada por um trio de homossexuais atrás de nós na fila. Eles me paqueravam (sem que eu notasse), fuzilando Hadassa com seus olhares ferozes. Ela, me defendendo, se punha ainda mais perto. Parecendo ainda mais namorada. Não, não a namorei.
Não, não sou gay.
17.2.04
Espaço para minhas reflexões e loucuras, existenciais, acadêmicas, teologicas e emocionais
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