9.1.04

Enfim, o que há de ser dito? Não falo sobre o post abaixo, mas do que a minha vida é hoje. No meu momento, sinto-me como que amordaçado pela própria vida quando nem o que penso nem o que posso dizer se revestem de alguma relevância. Não são palavras belas, não são pensamentos que valham. Falta algo de poesia. Falta alguma nota de amor, de vida, de alegria, de comunhão.
Não, não me sinto mal. Nem me sinto só. Talvez um pouco confuso. Frustrado também pela sensação de que sou incapaz de me apaixonar. Convivo com mulheres fabulosas. Leio coisas lindas que têm sido ditas. Sinto o amor simplesmente tomar conta de tudo em volta. Ouço bater à minha porta. Mas ele não entra. Não sei se porque não consigo colocá-lo para dentro. Não sei se porque nunca fui um bom anfitrião. Não sei se porque os móveis de minha casa o desagradam. Ele não tem entrado.
E por mais equilibrado que eu seja. Por mais feliz. Por mais certeza que tenha de que a vida tem de ser vivida em toda sua essência e toda sua plenitude. Por mais que veja o amor em meus olhos e o veja através deles. Ainda que tudo seja verdade frustra-me, não o fato de estar só. Não é isso. Frustra-me achar-me incapaz de sentir aquele frio na barriga, aquela sensação de que se sonha acordado. Tenho medo disso porque temo que as cicatrizes de tudo o que vivi tenham me deixado insensível para a beleza. Tenham me feito um morto-vivo, no que diga respeito ao romance.
Tanta coisa bonita tem sido dita sobre o amor aqui, aqui ou aqui, por exemplo. E o que eu, então, posso falar?

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