12.12.03

O fundamentalismo religioso escraviza, cega, aliena, corrompe e mata. E ultimamente tenho visto isso acontecer de perto.
O fundamentalismo não ama, como experimentou Marco nesses dias. O estreitamento intelectual de Gabi é radical e dá pena.
Na minha igreja temos um casal a tal ponto fundamentalista que acredita que o único livro que deve e precisa ser lido é a Bíblia. E eles são bem instruídos. O marido é um alto oficial da PM do estado, mas está criando os três filhos como fanáticos irracionais. A situação desses adolescentes é preocupante para mim, já que fanáticos não pensam nem amam.
O fundamentalista se acha o dono da verdade. Russel Shedd, em entrevista ao Jornal União, me decepcionou com sua mentalidade tacanha e radicalismo torpe. Afirmou a literalidade monossemântica do texto bíblico. A função do pregador é descobrir O sentido do texto, aquele que era a intenção do autor. Isso é impossível. O estreitamento semântico do texto bíblico atende aos interesses da tradição fundamentalista, tornando esta visão a única detentora do sentido correto da vida e do mundo.
O texto escrito é polissêmico. A coerência de uma leitura não pode incapacitar outras leituras possíveis. Manter a polissemia do texto é fundamental. Descobrir a intenção do autor só é possível, no caso da Bíblia, em uma virtual sessão espírita. Temos diante de nós o texto e somente o texto em sua polissemia.
O fundamentalismo mata. Mata quando nos limita intelectualmente. Mata literalmente também. O fundamentalismo cristão é uma das correntes teológicas mais intimamente vinculada à Ideologia da dominação neoliberal e norte-americana.
Ele tenta uma justificativa (e apóia), dessa maneira, a noite escura que se abateu na América Latina nos anos 70. Entregou irmãos à tortura e morte. Por fim, justificou, com argumentos religiosos, a Guerra de Bush.
O fundamentalismo mata e justifica a morte.

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial