13.11.03

As idéias de transformação revolucionária sempre renascem em mim diante de quadros que aguçam a sensibilidade. Aliás, o tema da vez está sendo sensibilidade.
Como eu gritei por dentro a dor da minha incapacidade quando fui tocado por aquela senhora. Risonha, mas sem dentes, rugas profundas no rosto, peles caídas nos braços, que eram finos como as pernas. Abordando as pessoas no ponto de ônibus pedindo esmolas. Ainda que as tivesse para dar, de nada adiantariam para mudar aquele quadro. O que adiantaria?
Que sociedade doente é essa que lança nas ruas seus cidadãos, especialmente crianças e idosos, sem lhes conferir respeito ou oportunidade? E os jovens sonhando em serem produtivos, mas que até uma escola de qualidade lhes é vetada.
O fermento da indignação explodiu em mim. A certeza de que, tendo as pessoas em primeiro plano, é preciso lutar por transformações.
Quando meus estéticos e sensíveis olhos contemplarem a pobreza feiosa das ruas fedorentas das favelas, devo me lembrar que esse é o retrato do feio monstro do sistema ideológico que quer controlar tudo. É a face de Mamon, a quem o Deus de Amor expulsará.

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