20.11.03

As construções de nosso inconsciente se assemelham às concepções ideológicas mais cruas de nossa sociedade. Digo isso porque às vezes percebo tanta gente sendo conduzida pelas mentiras que o inconsciente constrói quanto as que são levadas como massa pela ideologia.
Por exemplo: queremos ajudar alguém, mas temos um medo inconsciente de sua proximidade. Não somos capazes de admitir que não o queremos por perto. Isso não é civilizado, não condiz com meu estado, feliz e saudável emocionalmente. A presença dele não deveria me afetar tanto. Mas, ainda que conscientemente eu não admita, afeta. Afeta muito. E eu temo muito. Aí, o inconsciente começa seu jogo ideológico.
Primeiro, ao me comprometer em realizar um favor, que o traria como conseqüência mais perto de mim, eu esqueço. Se você me torturar eu não poderei dizer outra coisa, se não que esqueci. Armadilhas ideológicas do inconsciente, acredito na minha mentira. Já que não é fácil admitir que prejudico a vida dele simplesmente porque não o quero por perto.
Depois, quando com muita luta e risco, conseguimos cumprir o favor, negamos um outro porque ... enfim, não sabemos porquê. Não temos a resposta. Envolvi-me tanto na mentira que, mesmo sem sentido, não sei o porquê.
Veja, crescer é assumir toda a verdadem, ainda que seja complicado admitir medos que nos fazem parecer menos maduros. É melhor esta liberdade do que ser conduzido pela ideologia do inconsciente.

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