11.10.03

De Alice, sobre o amor:

Porque tanto sobre amor?

Bem, porque eu amo. Não porque eu assim decidi racional ou conscientemente. Amo porque o Amor me escolheu para amar desta forma, ardente, impulsiva, e ao mesmo tempo (o amor permite o paradoxo) serena e profundamente. O amor arde na minha pele e arranha deixando cicatrizes, marcas eternas. Embriaga-me com sua nítida lucidez. Amo porque o meu corpo exige, porque a minha implora, amo porque fui exilada de minha vontade. Amo porque sou, como o Sol e as estrelas, conduzida pelo Amor. É o amor que move o Sol e as estrelas, como escreveu Dante. Amo porque a presença do que eu sinto trouxe sentido a fragmentos da minha história espalhados pelo vento. Amo, não sei se demais ou o tanto certo. Não tenho amormômetro. Tenho apenas a confiança de que eu fui agraciada por Deus, e posso provar dele, que é Amor, cada vez que me interpelo quanto ao que em mim pulsa. Amo porque meus sentidos estão mais alertas, amo porque minha alma está lânguida. Amo porque o amor se faz intumescente, e porque se contrai, e pulsa, e clama. Amo porque há fogo e chama. Amo porque o Amor me chama, de dentro de um labirinto, onde meu caminho se bifurca num ser que parte e num ser que se parte, ao ficar. Amo porque as flores existem, porque o mar existe, porque o tudo, inclusive o nada está disponível. Amo poque o amor constrói possibilidades e derruba limites, arrasa fronteiras e muros e aponta para novas pontes. Amo porque há doçura nas fontes. Amo porque o amor inunda.
Amo.


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