25.5.05

Entendi...

Entendi...

 

Porém, quando fui ao teu Templo, entendi...

Salmo 73. 17.

 

Quando estamos sofrendo, muitas vezes, tudo o que procuramos é entender as coisas.  Choramos, sentimos a nossa dor, nos angustiamos tantas vezes, mas temos a esperança que se entendêssemos, talvez as coisas fossem mais fáceis.  Talvez doessem menos.  Talvez causassem menos angústia.  Se conseguíssemos entender tudo que está acontecendo!

A nossa dor é grande e inexplicável.  Além disso, olhamos do lado e vemos tanta gente ruim prosperando.  As pessoas roubam, as pessoas cometem as maiores injustiças e pecados, mentem e exploram, e, quando contemplamos, as suas vidas parecem perfeitas.  Nenhum mal as aflige.  Nenhuma dor as alcança.  Tudo parece prosperar.

Aí a coisa fica complicada para nós.  Tudo conosco vai mal.  Dia a dia, o poço de dor aumenta.  Quando achamos que as coisas estão melhorando, vem algo novo e muito pior.  Tudo dói.  E dói muito.  Além disso, o que é pior, parece que para os injustos tudo vai às mil maravilhas.  ?Vale a pena ser justo??, começamos a nos perguntar. 

Esse sentimento, a inveja dos maus, não é exclusividade minha ou sua.  Fundamenta-se na nossa incapacidade de entender tudo.  Nós não entendemos a profundidade do que está acontecendo conosco.  Nós não entendemos a profundidade do que acontece com os injustos.  Não conseguimos perceber, enquanto estamos no meio da tormenta, o porto aonde vamos sendo conduzidos.  Não conseguimos perceber o propósito de toda dor que sentimos.  Por mais incompreensível que seja, podemos nos lembrar que há um propósito.  E quando o mar se acalmar e a tempestade passar, nos surpreenderemos com o porto seguro aonde fomos levados.  Seremos surpreendidos com o resultado de tudo aquilo.  Nossa dor dói mais porque não conseguimos ver além do nevoeiro que nos envolve.

A inveja dos maus não é exclusividade nossa: Porém, quando vi que tudo ia bem para os orgulhosos e os maus, quase perdi a confiança em Deus porque fiquei com inveja deles (Sl. 73. 2 ? 3).  Então, o salmista descreve que caiu numa incompreensão tão grande do porquê da sua dor e do porquê de os maus prosperarem que desejou no seu coração se desviar do caminho dos justos: Parece que não adiantou nada eu me conservar puro e ter as mãos limpas de pecado.  Pois tu, ó Deus, me tens feito sofrer o dia inteiro, e todas as manhãs me castigas (Sl. 73. 13 ? 14).  Ele estava a ponto de se desviar porque não parecia mais valer a pena confiar no Senhor.  Por pouco, ele não pendeu para o lado dos maus atrás da prosperidade deles.

Mas o salmista diz que não desistiu.  Antes se esforçou para tentar entender o que parecia incompreensível.  Esforçou-se bastante porque sabia que não tinha sentido o que ele estava vendo.  Deus não puniria o fiel a Ele e abençoaria o injusto.  No fundo, ele sabia que não valia a pena ser mau.  Mas como explicar isso?  Como entender o que estava acontecendo, já que, por mais que ele soubesse, no fim ele via os maus prosperarem e os justos sofrerem?

Porém, quando fui ao teu Templo, entendi...  O salmista precisava da mesma coisa que nós precisamos.  Precisamos ir ao Templo da comunhão do Senhor.  Precisamos elevar o nosso coração a Ele.  Precisamos com ousadia entrar na Sala do Trono de Graça, para, assim, vermos o que nos acontece do ponto de vista de Deus.  Do lugar em que Deus está.  Tudo o que precisamos para entender as coisas é olhar do ponto de vista do Senhor.  Olhando do alto, veremos o porto para aonde nos leva Jesus no meio da dor.  Olhando do alto, veremos à frente o fim que espera os maus.

O salmista vê que o futuro dos maus é tenebroso.  Percebe que seu coração estava cheio de amargura e incompreensão e, por isso, ele mesmo parecia um animal irracional.  Então, ele pode louvar ao Senhor porque pode ver a história de Seu ponto de vista. 

Podemos confiar em Deus, porque em todo tempo Ele nos guia pela mão.  Podemos confiar em Deus, porque no fim Ele nos receberá em Sua glória.  O fim que nos espera é esse: a redenção dos filhos de Deus.  Mesmo que sejamos incapazes de compreender no presente todas as coisas, se buscarmos observá-las do ponto de vista do Senhor, entenderemos.  As coisas só fazem sentido se olhadas do alto.

Por isso, podemos louvar o Senhor com o salmista: No céu, eu só tenho a Ti.  E, se tenho a Ti, que mais poderia querer na terra?  Ainda que a minha mente e o meu corpo enfraqueçam, Deus é a minha força, Ele é tudo o que sempre preciso (Sl. 73. 25 ? 26).

 

Daniel Dantas

Missionário da 1ª IPI do Natal

http://cavernadeadulao.blogspot.com

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