5.3.04

A Igreja Presbiteriana tem um projeto social em Fortaleza na favela do Titanzinho. Certa feita, no Seminário, fizemos, como atividade, análise de projetos de igrejas. O Titanzinho foi um dos estudados. O grupo que o visitou filmou tudo por lá. O projeto é basicamente uma escola e uma creche que atendem cerca de 500 crianças em um universo de 15 mil. E a marca da prefeitura da cidade está em todo canto.
Na hora da avaliação, o pastor Carlos Queiroz, nosso professor, que trabalha a anos com a ONG World Vision/Visão Mundial teceu críticas que podem enriquecer um debate sobre a ação do terceiro setor. Em primeiro lugar ele destacou que o número de crianças atendidas pelo projeto é mínimo em relação ao universo da comunidade. Lembrou que o projeto está sendo explorado, como marketing, pela prefeitura, apesar de ser da igreja. E, o que considero mais importante, ele assinalou que uma ação muito mais eficiente e coerente da igreja ali seria mover a sociedade para pressionar o poder público municipal a garantir um direito constitucional da comunidade, que é a educação garantida a toda população. O programa, apesar da cara de ação social, não passa de um assistencialismo disfarçado que vem sendo faturado na conta do prefeito.
O papel do voluntariado é participar ativamente da vida pública da sociedade. Em uma comunidade como o Titanzinho isso significa pressionar o poder público, mesmo que seja com processos e protestos, para que ele execute suas obrigações. Nunca será substituir o Estado e assim se fazer massa de manobra e inocente útil. Desculpas para a omissão e a falta de responsabilidade estatal. O voluntariado deve se fazer o extra e lutar para que o Estado faça o essencial.

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