Sobre bênçãos
Sobre bênçãos
Eu afirmo a vocês que isto é verdade: vocês estão me procurando porque comeram os pães e ficaram satisfeitos e não porque entenderam os meus milagres.
João 6. 26.
O que você está procurando em sua relação com Deus? O que fundamenta seu compromisso com Jesus? O capítulo 6 do evangelho de João é muito interessante. Pouco depois de ter efetuado o milagre de multiplicar pães e peixes para alimentar uma multidão, Jesus é procurado ansiosamente por essa mesma multidão. Os discípulos atravessaram mais cedo o lago, Jesus foi mais tarde, andando por sobre as águas. No outro dia, pela manhã, o povo não consegue entender como Jesus chegou ali, já que só havia um barco e todos viram que Jesus não embarcara nele. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: vocês estão me procurando porque comeram os pães e ficaram satisfeitos e não porque entenderam os meus milagres.
Nos cultos de minha igreja, tradicionalmente, temos um momento de oração por problemas pessoais. Convidamos os irmãos para virem à frente, a fim de que se façam orações em favor das causas que estão sendo postas nas mãos do Senhor. Muitos irmãos têm pedido e alcançado milagres de Deus. Muitos irmãos têm buscado ansiosamente milagres. Mas o que será que nos motiva nessa busca?
Nossa igreja, também, possui um culto de segunda a sexta, ao meio dia, chamado Culto do Refrigério. A igreja é bem localizada no centro de Natal e a idéia deste culto é abrir um espaço para alcançar as pessoas que trabalham e se deslocam pelo centro da cidade. Nesse culto, muitos são os que procuram, ansiosos, um milagre de Deus.
Querer milagres não é problema. O problema é reduzir a vida com Cristo aos milagres que desejamos e que Cristo nos dá. Somos, muitas vezes, como aquela da multidão que não buscava Jesus, mas sim os milagres que o Senhor era capaz de produzir. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: vocês estão me procurando porque comeram os pães e ficaram satisfeitos e não porque entenderam os meus milagres. O sentido dos milagres sempre foi e sempre será revelar a glória de Deus e conduzir o homem a uma relação mais íntima e pessoal com o Senhor Vivo. Estamos nos esquecendo e desconhecendo este sentido. Olhamos as mãos que nos abençoam e os bens que nos são dados, enquanto temos esquecido o Abençoador. Esquecemos que Deus é, realmente, galardoador, mas é galardoador dos que O buscam. O fundamental é buscar o Senhor e o entendimento da Sua comunhão e intimidade.
É disso que fala o restante do capítulo 6. Não trabalhem a fim de conseguir a comida que se estraga, mas a fim de conseguir a comida que dura para a vida eterna. Não devemos nos esforçar pelas bênçãos fugazes e passageiras em primeiro lugar, como se essas bênçãos fossem capazes de fundamentar nossa relação com Deus. O que Jesus requer é que creiamos nEle, que é o Pão do Céu, que dá vida ao mundo. Nossa relação com Jesus há de se fundamentar em acreditarmos que Ele é Quem alega ser: Aqui está o Pão do Céu; e quem comer desse Pão nunca morrerá (...) se vocês não comerem a carne do Filho do homem e não beberem o seu sangue, vocês não terão vida (Jo. 6. 50 e 53).
Comer e beber de Jesus é manifestação da comunhão mais íntima inimaginável com Ele. É parte de uma entrega absoluta a um relacionamento profundo e transformador com o Deus Triúno. É tomar parte do ser e da natureza de Deus, através dessa relação de profunda intimidade.
Quem participa do ser e da natureza de Jesus é quem pode ter vida plena e abundante. É quem entende que a vida com Deus é mais que os milagres que Ele é capaz de fazer para Sua glória. A vida abundante é resultado da imersão total na presença amorosa dos rios do Espírito Santo e do próprio Jesus. A vida plena é partilhar a natureza de Jesus, partilhar a vida dEle.
Esse chamado radical à profunda e intensa comunhão com Jesus assusta. Nem todos conseguem permanecer quando compreendem a dimensão de tanta radicalidade. O que Ele ensina é muito difícil! Quem pode aceitar esses ensinamentos? (Jo. 6. 60). É um chamado a entendermos o que tem fundamentado a nossa relação com Jesus e, diante disso, percebermos se isto está de acordo com aquilo que o próprio Senhor requer de nós. Nós estamos procurando por Jesus ou por Seus milagres? João diz que muitos seguidores de Jesus O abandonaram depois desses acontecimentos. Jesus, então, se voltou para o grupo dos doze e lhes perguntou se não iriam embora. Quem é que vamos seguir? O Senhor tem as palavras que dão vida eterna! E nós cremos e sabemos que o Senhor é o Santo que Deus enviou (Jo. 6. 68).
O que você está procurando em sua relação com Deus? O que fundamenta seu compromisso com Jesus? O desejo de meu coração é que cada um de nós possa, com convicção, assumir para si a resposta de Pedro. E possamos compreender que nossa busca e nosso anseio precisam ser por Jesus e não por aquilo que Ele pode nos fazer. Ele é a Fonte de Nossa Vida. O Pão do Céu, de Quem devemos comer a carne e beber o sangue, em comunhão preciosa, todos os dias.
Daniel Dantas
Missionário da 1ª IPI do Natal
0 Comentários:
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial