2.9.03

Lendo Alberto Manguel (Uma historia da leitura), descobri uma figura cruelmente interessante, que parece se eternizar em personalidades idiotizadas de hoje em dia. Anthony Comstock se autodenominou censor na Nova York do seculo XIX. Casado com a filha de um pastor presbiteriano, conduzido por um fundamentalismo cego e enebriante, condenou tres mil e seiscentos autores, queimando cento e sessenta toneladas de livros, provocando quinze suicidios.
Ouvindo uma voz, que julgava ser a de Deus, perseguiu livros que jamais leu, repleto de preconceitos e estreiteza intelectual. Sua unica leitura: a Biblia.
Era incapaz de argucia e espirito critico. Como muitos hoje, que condenam, de antemao, qualquer leitura que nao a Biblia, incapazes de criticismo e livre-pensamento. Realmente acreditam que a fe na Revelacao de Deus anula a relevancia de outros quaisquer textos. Logo, tais textos sao imprestaveis. Tais pessoas perdem assim inumeras oportunidades de crescer. Nao precisam aprender nada desses textos porque ja sao donos da verdade. Possuem a Biblia, que eh a Palavra de Deus. Alienam-se e se blindam contra exercicios auto-criticos.
Eu leio diariamente a Biblia porque creio que Jesus Cristo eh Capaz de torna-la, cada instante, Palavra de Deus na minha vida. Seus principios e as leituras que faco nela sao fundamento de toda a minha orientacao de vida.
Por isso, posso ler ateus como Marx ou Foucault, e aprender com eles, e me fascinam com o seu texto, e considera-los relevantes.

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